8 de dezembro de 2009

UE diz que Jerusalém deve ser futura capital de dois estados

"Acaso andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?" Amós 3:3


Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia defenderam em Bruxelas que Jerusalém deve ser "a futura capital de dois estados", tendo encontrado uma fórmula de compromisso depois de uma controvérsia com o Estado hebreu."Foi dado um passo importante no sentido de se retomar o papel que a União Europeia deve ter neste processo, não deixando totalmente a iniciativa à administração americana", disse o chefe da diplomacia portuguesa, Luís Amado, no final da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27.
Para Luís Amado, o texto final encontrado é "equilibrado e coerente" uma vez que exerce uma "pressão diferenciada" sobre israelitas e palestinianos.
Na declaração política que será aprovada formalmente na reunião, também na capital da Bélgica, esta quinta e sexta-feira, dos chefes de Estado e de Governo dos 27, os ministros dos Negócios Estrangeiros europeus manifestam a sua "viva preocupação" pela falta de avanços no processo de paz no Médio Oriente.
Os 27 recordam que nunca reconheceram a anexação em 1967 pelo Estado hebreu e confirmam a sua recusa em aceitar as alterações de fronteiras depois dessa data.
"Se deve haver uma paz real, é necessário chegar através da negociação a uma forma de resolver o estatuto de Jerusalém como futura capital de dois estados", sublinha o documento de compromisso.
Esta formulação foi objecto de negociações intensas entre os europeus divididos entre si, ao mesmo tempo que eram pressionados pelos israelitas descontentes com o texto inicial.
Ao contrário do que pretendia inicialmente a presidência sueca da UE, os chefes da diplomacia europeia recusaram ser mais explícitos sobre os contornos do futuro estado palestiniano.
"Decidir aqui em Bruxelas o que deve ser o estatuto de Jerusalém seria muito frustrante para os negociadores" israelitas e palestinianos, estimou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Itália, Franco Fratini, no final da reunião dos chefes da diplomacia europeia.
Numa carta aberta à UE, o presidente da câmara de Jerusalém, Nir Barkat, tinha avisado segunda-feira os europeus contra a divisão da "cidade eterna".
"A divisão de Jerusalém seria uma ameaça grave, não apenas para o futuro da cidade, mas também para o papel futuro da UE como um todo no processo de paz", advertiu.
Para Luís Amado, o texto final dos europeus reflecte o cometimento dos 27 no processo de paz, a tentativa de trabalhar em conjunto com os Estados Unidos e os termos de uma negociação futura.

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