15 de dezembro de 2009

CRIANÇA DE 2 ANOS COM 50 AGULHAS NO CORPO


SÃO PAULO - O delegado que investiga o caso do menino de 2 anos que tem cerca de 50 agulhas espalhadas pelo corpo, e está internado na Bahia, disse que tem certeza que alguém introduziu os materiais metálicos na criança. O delegado titular da delegacia de Ibotirama, Hélder Fernandes Santana, disse que ainda não sabe quem colocou as agulhas na criança.
- Temos certeza que a criança não engoliu, que alguém introduziu as agulhas, por causa da posição delas no corpo do menino. Certo é que alguém introduziu as agulhas, isso já é uma certeza. Agora quem fez isso, ainda não sabemos - disse o delegado.
Santana disse que vai investigar todos que têm contato com a criança. Ele já ouviu o padrasto e dois vizinhos, e disse que não há histórico de maus tratos contra o menino. A criança mora com a mãe e o padrasto, que segundo o delegado, trata bem o enteado. A mãe disse que costuma deixar o filho com a avó para poder ir trabalhar.
O delegado disse que não acredita na possibilidade de as agulhas terem sido esquecidas no corpo do menino durante algum procedimento médico, pois a criança não teria passado por cirurgias e também porque as agulhas parecem ser de costura de tecidos.
- É uma situação tão estranha que pode se tratar de tentativa de homicídio, lesão corporal grave, de alguma vingança. Não descarto nada - disse o delegado.
O diretor médico do Hospital Oeste, em Barreiras, na Bahia, onde está internado um menino de 2 anos com cerca de 50 agulhas espalhadas pelo corpo, disse que a criança provavelmente terá que conviver com os objetos no seu organismo, desde que eles não tragam inconvenientes ou danos para a sua saúde. Segundo o diretor Luiz Cesar Soltoski, uma possível retirada das estruturas metálicas pode causar danos ao corpo do paciente. Uma das agulhas perfurou o pulmão da criança, que está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
- Aquele corpo estranho que não traz inconveniente nenhum, não temos razão para retirar. Para tirar tem que fazer cortes, que podem lesar as estruturas do organismo. Só vamos retirar os corpos estranhos que estejam causando danos. No momento, não existe nenhum - disse diretor médico do Hospital Oeste, Luiz Cesar Soltoski.
De acordo com Soltoski, a equipe médica acompanhará a localização das agulhas com exames de Raios X.
- Vamos ter que fazer um acompanhamento contínuo. Se tiver alguma agulha em local mais fácil, na pele, mais na parte externa, podemos retirar - explicou.
O diretor disse que o mais importante agora é cuidar do pulmão do menino, que foi perfurado por uma das agulhas. Ele disse que seu estado é considerado estável. A perfuração no pulmão permitiu que entrasse ar entre o órgão e a cavidade torácica, dificultando a respiração do menino. Segundo o médico, um tubo foi colocado no paciente para permitir que este ar saia e não retorne ao organismo.
Luiz Cesar Soltoski não sabe como as agulhas foram parar dentro da criança, mas descartou a possibilidade de o menino ter engolido os objetos. As agulhas estão espalhadas pelo corpo do menino, em regiões como pescoço, pernas, abdômen, tórax e no sistema digestivo.
- Com certeza ele não ingeriu. Se tivesse ingerido, as agulhas estariam no trato gastro-intestinal - explicou. Segundo o médico, não há previsão de alta e, no momento, o menino não corre risco de morrer por causa das agulhas. Soltoski disse que nunca viu caso parecido.
A Polícia Civil está investigando o caso, já ouviu parentes da criança, mas ainda não sabe como as agulhas foram parar dentro do corpo dela. A mãe do menino, a doméstica Maria Souza Santos, disse que deixa o filho com a avó para poder ir trabalhar. Maria, que é da cidade baiana de Ibotirama, não sabe como isso aconteceu.
O filho de Maria começou a passar mal na quarta-feira da semana passada. Um dia depois, segundo ela, uma radiografia feita no Hospital Regional do município mostrou 17 agulhas no corpo da criança. Mas no hospital de Barreiras os médicos constataram que há cerca de 50 agulhas.
- Tenho fé em Deus que ele vai melhorar - diz o pai, Gessivaldo Alves.

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