23 de dezembro de 2009

Doutrinas cristãs são confusas e precisam ser revistas



Encurtado o cristianismo bíblico e ampliado o teológico
Teósofo e biblista - escritorchaves@globo.com
Os líderes religiosos cristãos, principalmente católicos, estão preocupados com a indiferença religiosa dos seus fiéis. Os adolescentes católicos fazem a primeira comunhão e não vão mais às igrejas. E os evangélicos, geralmente, estão sempre peregrinando pelas igrejas evangélicas, cujas doutrinas têm suas diferenças.
Pastores evangélicos, padres e bispos têm que se conscientizar de que não são mais apenas eles que estudam a Bíblia e a teologia, e de que as pessoas do mundo atual não podem mais ser encabrestadas mentalmente por eles, como o eram na Idade Média.
Alguns falam que a solução dos problemas do cristianismo é aumentar a catequese. Mas assim como não adiantaria tentar convencer, hoje, as pessoas de que são certos os sistemas políticos e repreensivos os do feudalismo, do absolutismo, do geocentrismo e da morte na fogueira para quem não aceitasse um dogma cristão, não adiantaria igualmente ensinar as mesmas doutrinas erradas e contrárias à Bíblia e à razão, pois elas não se encaixam mais na nova mentalidade evoluída do cristão da atualidade.
E muitos teólogos sensatos têm até fugido de comentar certas questões teológicas em público - de que eles mesmos duvidam -, pois eles já sabem que os fiéis não as aceitam. Sim, há doutrinas que os próprios teólogos, pela voz de sua consciência, rejeitam, como há outras novas que eles consideram verdadeiras, mas mantêm-se em silêncio sobre o assunto, pois, se proclamarem em público as suas ideias, vão ter consequências graves para a sua vida profissional de clérigos católicos ou pastores protestantes e evangélicos.
E será que as autoridades religiosas cristãs, eruditas como são, mormente as católicas, ainda não perceberam que a causa da crise do cristianismo é de doutrinas desviadas do verdadeiro ensino da Bíblia, as quais encurtaram os ensinamentos bíblicos e lhes acrescentaram princípios que lhes são estranhos, os quais a humanidade de hoje, mais evoluída cultural e religiosamente, não aceita mais?
Não digo essas coisas para difamar o cristianismo e menos ainda os seus líderes. Apenas tento mostrar algo sobre o que está acontecendo com ele. Como se sabe, além de ele ter parado de crescer, está diminuindo, principalmente no Primeiro Mundo. Urge, pois, que as autoridades católicas e protestantes desvistam-se do orgulho próprio de todo ser humano e revistam-se de mais humildade, reconhecendo os erros teológicos que seus colegas antigos criaram, os quais desestabilizam-no, à medida que a humanidade vai superando a sua infância cultural e vai adentrando no amadurecimento do conhecimento evolutivo das verdades científicas, filosóficas e religiosas.
E isso nos lembra um pensamento do escritor português Eça de Queiroz: "Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente, e pela mesma razão". Não digo que os líderes religiosos devem ser mudados, mas sim, as doutrinas erradas do passado, criadas à revelia do ensino bíblico, pois devemos corrigir sempre os nossos erros que vão sendo descobertos. Realmente, certas doutrinas cristãs são confusas e precisam ser revistas ou o cristianismo continuará caindo.
O papa João XXXIII vislumbrou essa crise do cristianismo, convocando o Vaticano II. Mas ele sozinho não podia fazer muita coisa. Como se diz, ele deu apenas o pontapé inicial!
ONDE É QUE NÓS JÁ CHEGAMOS? MUNDO LOUCO!

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