A Santa Sé divulgou na manhã desta segunda-feira, 18, o brasão do Papa Francisco. O símbolo possui a mensagem “Miserando atque eligendo” que significa “Com misericórdia, o elegeu”.
Nos traços, essenciais, o Papa Francisco decidiu manter o seu brasão anterior, escolhido desde a sua consagração episcopal e caracterizado por uma simples linearidade.
O escudo azul é coberto por símbolos da dignidade pontifícia, iguais aqueles de Bento XVI (mitra posicionada entre chaves de ouro e prata entrecruzadas, unidas por um cordão vermelho). No alto, está o emblema da ordem de proveniência do Papa, a Companhia de Jesus: um sol radiante e flamejante carregado com as letras, em vermelho, IHS, monograma de Cristo. A letra H é coberta por uma cruz em ponta e três pregos em preto.
Abaixo encontram-se a estrela e a flor de nardo (cacho de uva). A estrela, de acordo com a antiga tradição aráldica, simboliza a Virgem Maria, mãe de Cristo e da Igreja; enquanto a flor de nardo (cacho de uva) indica São José, patrono da Igreja.
Na tradição da iconografia hispânica, de fato, São José é representado com um ramo de nardo nas mãos. Colocando no seu escudo tais imagens, o Papa pretendeu exprimir a própria particular devoção à Virgem Santíssima e a São José.
O lema
O lema do Santo Padre Francisco é tirado das Homilias de São Beda, O Venerável, o sacerdote, (Om. 21; CCL 122, 149-151), que comentando o episódio evangélico da vocação de São Mateus escreve: “Viu Jesus um cobrador de impostos e como o olhou com sentimentos de amor e escolheu-o, disse-lhe: Segue-me”
Esta homilia é um tributo à misericórdia divina e é reproduzida na Liturgia das Horas da festa de São Mateus. Essa reveste um significado particular na vida e no itinerário espiritual do Papa. Na verdade, na festa de São Mateus do ano 1953, o jovem Jorge Mario Bergoglio experimentou, aos 17 anos de idade, de modo muito particular, a presença amorosa de Deus na sua vida. Em seguida de uma confissão, sentiu tocar o coração e a descida da misericórdia de Deus, que com olhar de terno amor, chamava-o à vida religiosa, sob o exemplo de Santo Inácio de Loyola.
Uma vez eleito Bispo, Dom Bergoglio, em memória de tal acontecimento que marcou o início da sua total consagração a Deus na sua Igreja, decide escolher, como lema e programa de vida, a expressão de São Beda “miserando atque eligendo”, que procurou reproduzir também no próprio brasão pontifício.
Fonte: Vaticano
Nota Pessoal: Aqui temos a tradução do significado do Brasão do papa Francisco. O papa que tem encantado o mundo, o papa que fala repetidamente da "misericordia" e que tem tido gestos correspondentes. Quem não se lembra da atitude do papa de descer do carrro e ir abraçar um homem paralítico? E tantos getos do mesmo género!
A palavra "misericórdia" vem do latim (mis + cor, cordis) - e significa um coração que compadece, que vibra ou se comove com a necessidade do outro... Tendo presente no pensamento bíblico o "coração" é o centro da pessoa, naturalmente, quer no Antigo quer no Novo Testamento, encontramos permanentementes referências a pessoas, situações e gestos de misericórdia e também de falta dela ... Basta lembrar a misericórdia de David para com Saul ou a parábola do pai do filho pródigo (Luc. 15:11-32) ou do bom samaritano (Luc. 10: 25-37)... Encontramos em S. Lucas, o evangelista que mais sublinha o traço de misericórdia, dirigido não apenas aos apóstolos, mas a todos nós, os discípulos, encontramos Jesus, dizendo: "Sede misericordiosos como vosso Pai celeste é misericordioso" (Luc. 6:36).
Foi isto que me chocou ao ler toda a simbologia do seu Brasão não haver uma única referência a Cristo! Ainda por cima sendo ele da ordem de Jesus. Porque será? Veremos em breve, seguramente.
José Carlos Costa
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