A curta e "sincera" intervenção de Bergoglio na
Congregação do Colégio dos Cardeais, uma semana antes do conclave, em que
"falou sobre o rosto da misericórdia de Deus", teria
"particularmente impressionado os cardeais".
E, no momento em que a mídia focava seus holofotes sobre o
italiano Angelo Scola, o canadense Marc Ouellet e o brasileiro Odilo Scherer,
vários cardeias de diferentes continentes, como África e Ásia e mesmo alguns
ligados à Cúria italiana, "já tinham decidido votar nele".
O nome de Bergoglio já teria aparecido com consistência na
primeira votação, na terça-feira.
A partir daí, quando se viu que o nome de Angelo Scola, o
candidato que vinha sendo apontado como favorito pela mídia principal, não
apresentava "a consistência esperada", Bergoglio foi beneficiado pelo
que o jornalista chama de "efeito Ratzinger".
A exemplo do que ocorrera no conclave de 2005, a cada
rodada, o cardeal argentino foi levando os votos daqueles que viam que seu
candidato estava fora do páreo. "Ele levou os votos que estavam indo para
Ouellet, Scherer e, finalmente, Scola", diz o artigo.
Em outro jornal, o Corriere della Serra, a vaticanista
Antonietta Calabrò diz que, na quinta e derradeira rodada do conclave,
Bergoglio teria levado "mais de 90" dos 115 votos.
Ela diz que a escolha de Bergoglio seria resultado de um
acordo entre os homens da Cúria, citando, especificamente, o decano do Colégio
dos Cardeais, Angelo Sodano (que não participou do conclave) e os cardeais
Giovanni Battista Re e Tarcisio Bertone, e os cardeais americanos, para que
estes tivessem, "finalmente, o papa das Américas".
Nota pessoal: Afinal a nossa exposição estava certa veja.
José Carlos Costa
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