3 de agosto de 2012

Kofi Annan renuncia a missão na Síria por não ter recebido todo o apoio que a causa merecia

Kofi Annan declarou hoje que renunciou às funções de emissário da ONU e da Liga Árabe para a Síria por considerar "não ter recebido todos os apoios que a causa merecia".
"Não recebi todos os apoios que a causa merecia. (...) Há divisões na comunidade internacional e tudo isso complica a tarefa", afirmou Annan numa conferência de imprensa em Genebra.

"É impossível para mim ou para qualquer outra pessoa convencer o governo (sírio) e a oposição a dar os passos necessários para iniciar um processo político", disse Annan em alusão aos 17 meses de violência na Síria.

"A militarização crescente no terreno e a falta de unanimidade no Conselho de Segurança mudaram fundamentalmente o meu papel", declarou.

Kofi Annan apresentou em abril um plano de paz para a Síria que, apesar de contar com o apoio das partes envolvidas, acabou por ser sempre ignorado.

Esse acordo previa, entre outros pontos, o fim da violência, com a entrada em vigor de um cessar-fogo sob supervisão da ONU, o início do diálogo político, o encaminhamento de ajuda humanitária para as zonas de combate e o fim das detenções arbitrárias.
Lusa

Reflexão pessoal: Kofi Annan é incontestavelmente um homem muito inteligente e sobejamente experiente para saber que, ninguém acredita em planos de paz. Ele desiste “lava as mãos”. Começamos, pois, a ver com mais clareza como o impulso acelerativo na sociedade afecta o indivíduo. Esta redução progressiva das relações do homem com os lugares acompanha a redução das suas relações com as coisas e com as pessoas. Em ambos os casos, o indivíduo é forçado a criar e a quebrar os seus laços mais rapidamente, e em ambos os casos experimenta uma aceleração do ritmo da morte. Sem Cristo estamos devotados à morte, aqui e além!
Pr. José Carlos Costa

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