22 de outubro de 2012

VIOLÊNCIA JUVENIL OU JUVENTUDE SEM LEI


A exposição das pessoas ao risco constante de ataques a sua integridade física e moral gera expectativas nas mesmas e, fornece-lhes padrões de respostas. Episódios truculentos e situações limites passam a ser imaginados e repetidos, como uma maneira de preparar o psiquismo para a ideia de que só a força resolve conflitos, tornando a violência um item obrigatório na visão do mundo que nos é transmitida. Cria-se a convicção tácita de que o crime e a brutalidade são inevitáveis, e que a pessoa deve estar preparada para eles e para reagir em conformidade. Esta familiarização com a violência, torna-a nosso quotidiano, um acontecimento corriqueiro, cuja proliferação indiscriminada mostra que as leis perderam o poder normativo e os meios legais de coerção, a força que deveriam ter e, nesta lacuna, vicejam, indivíduos e grupos que passam a arbitrar o que é justo ou injusto, segundo visões privadas, dissociadas de princípios éticos validos para todos. O crime é, assim, relativizado em seu valor de infração e os criminosos, ao invés de se sentirem marginais, agem com tranquilidade, não se julgando fora da lei ou da moral, pois se conduzem de acordo com o que estipulam ser o preceito correto. Disseminam-se "sistemas morais" particularizados, que "legalizam" os atos praticados dentro da óptica moral e ética própria, podendo nelas uma atitude criminosa ser justificada e legitima.


Sabemos que não existe "moral relativa", do ponto de vista de quem a professa, Crença ética é aquela que exige do sujeito uma posição quanto ao certo e ao errado e, no momento em que há dúvida sobre o certo e o errado de certa ação, se está alterando os sistemas de crença. Ou seja, o justo e o injusto, o violento e o não violento, o humano e o desumano dispensam fundamentos racionais para determinar o modo como agimos e avaliamos nossas ações. Daí a dificuldade que enfrentamos quando tentamos convencer indivíduos adeptos da violência de que o recurso aos meios legítimos da justiça ainda é o melhor meio que temos de eliminar conflitos.
“Sabe, porém, isto: Nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis.., desobedientes aos
pais... ingratos...” (II Tim. 3:1-2).
Há mil e novecentos anos o apóstolo Paulo, olhando através dos séculos pela presciência do Espírito, previu entre outros consternadores acontecimentos do final dos tempos, a revolta da juventude contra a autoridade constituída. Vemos hoje essa predição cumprir-se de forma alarmante. Desde o término da II Grande Guerra vem-se desenvolvendo entre a mocidade uma assustadora atitude refractária à lei. Os jornais noticiam diariamente crimes praticados por jovens de ambos os sexos como só os cometiam calejados criminosos. Bandos desses delinquentes infestam as nossas cidades. Cometem assaltos, roubos, homicídios e crimes outros de violência. Em muitos casos as próprias autoridades policiais se vêm impossibilitadas de reprimir a crescente ameaça do banditismo juvenil.
Qual a causa de tudo isso? Muitas e muitas vezes está no próprio lar. Pais obstinados levam os filhos a participarem de seu espírito de rebelião. Mães há que não se pejam do vício de fumar. Permite-se aos filhos assistirem a sessões de cinema do mais baixo nível. Em muitos casos os pais brigam constantemente, e mui frequentemente acabam por se separar. Os filhos dessas uniões crescem amargurados, e a cousa alguma ligam importância.
Mesmo em lares cristãos surgem sérias dificuldades. Os filhos de pais piedosos vêem a irrestrita liberdade que os pais mundanos concedem aos seus e não podem compreender a razão por que semelhantes privilégios não lhes são também permitidos. A televisão trouxe para dentro dos lares degradantes espetáculos teatrais. Sim, viver à margem da lei é o espírito da presente época e esse espírito tem contagiado em grande escala a mocidade dos nossos tempos. É mais outro sinal de que estamos vivendo o fim dos últimos dias, conforme o apóstolo Paulo nos advertiu.
jcjc

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