11 de outubro de 2012

DEZ MILHÕES DE RAPARIGAS CASAM-SE ANTES DOS 18 ANOS

Cristina Sambado, RTP 11 Out, 2012, 16:50 / atualizado em 11 Out, 2012, 17:40

Os casamentos na infância têm maior incidência no sul da Ásia
Narendra Shrestha/EPA
Cerca de dez milhões de raparigas em todo o mundo casam-se antes dos 18 anos, muitas vezes com apenas oito anos de idade, três ou quatro vezes mais novas que os maridos impostos, numa clara violação dos Direitos das Crianças. Os dados da ONU foram revelados no dia em que se assinala, pela primeira vez, o Dia Internacional da Rapariga.
Com o lema “A minha vida, os meus direitos: pôr fim ao casamento infantil”, o Fundo das Nações Unidas Para a Criança (UNICEF) pretende chamar a atenção para a violação de um dos direitos humanos fundamentais e que afeta em todos os aspetos a vida das raparigas.
“O casamento precoce nega às raparigas a sua infância, interrompe a sua educação, limita as suas oportunidades, aumenta o risco de violência e abuso e pressupõe riscos que colocam em causa a vida das raparigas e põe em risco a sua saúde”, lê-se num comunicado publicado no site da agência das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Dados da UNICEF revelam que a nível mundial “cerca de 23 milhões de jovens hoje com 20 a 24 anos foram obrigadas a casar-se antes de cumprirem 15 anos e 400 milhões de mulheres com idades entre os 20 e os 49 anos quando ainda eram menores (menos de 18 anos)”.
Nos países em desenvolvimento, 90 por cento das mães adolescentes, entre os 15 e os 19 anos, estão casadas e as complicações com a gravidez são a principal causa de morte nas jovens desta faixa etária.
As raparigas com baixos níveis de escolaridade são as que têm probabilidade de se casar mais cedo. Por outro lado, as jovens que receberam uma educação superior têm seis vezes menos possibilidade de contrair matrimónio durante a infância.
Maior incidência no sul da Ásia
 Apesar de nenhuma região escapar ilesa a esta seleção, a situação tem maior incidência no sul da Ásia (46 por cento) seguida da África subsariana (37 por cento), América Latina e Caribe (29 por cento) Médio Oriente e Norte de África (17 por cento) e União Europeia e Comunidade de Estados Independentes (11 por cento).
 
Dos 193 países que formam as Nações Unidas, apenas 113 proíbe os casamentos antes da maioridade.
A UNICEF rejeita “argumentos de tradição, religião, cultura ou economia” e realça que “todas as formas de escravatura deviam ser criminalizadas”
TAGS: Dia Internacional, ONU, UNICEF, adolescência, casamento, infância, Rapariga,
Nota Pessoal: louvo todas as instituições que lutam de forma tão tenaz contra esta violência. Lamento que sejam muitos europeus, velhos e ricos os principais abusadores.

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