As perseguições contra os cristãos aumentaram no ano passado, de acordo com o índice mundial de perseguição 2014, uma classificação anual dos 50 países mais afectados pelo problema da associação "Portas Abertas França".O director da associação, Michel Varton, afirmou que actos de violência, pressões, proibições ou discriminações associadas a uma religião são contabilizados como "perseguição", de acordo com a agência noticiosa francesa.
Pelo 12.º ano consecutivo, a Coreia do Norte continua a ocupar o primeiro lugar, como país onde ser cristão é mais perigoso e precário. No segundo lugar, encontra-se a Somália, onde tribos e clãs muçulmanos matam "quase todos os cristãos que encontram", disse Varton, em conferência de imprensa na quarta-feira.
Em outros países, os cristãos estão sujeitos a pressões hostis como no Afeganistão, Maldivas, Arábia Saudita, Iémen, Irão, Líbia, Uzbequistão e Qatar.
"Em 36 dos 50 países analisados, o islamismo é o principal responsável pelas perseguições movidas contra cristãos", sublinhou Michel Varton, destacando como uma das regiões mais violentamente atingidas são actualmente os países da cintura do Sahel.
"Eu sou um morto-vivo", declarou Joseph Fadelle, muçulmano iraquiano convertido ao cristianismo em 1987, baptizado em 2000. Condenado à morte pela família e por um decreto religioso ("fatwa") por esta "traição", vive em França, sob protecção.
Autor de uma obra sobre o seu percurso, Joseph Fadelle, convidado a dar um testemunho nesta conferência de imprensa, afirmou: "O problema não são os muçulmanos (...), mas o Islão e o Alcorão. Aqui encontro o roubo, a violação, a mentira e este versículo: 'mata a pessoa que não está de acordo contigo'".
Em relação a homicídios, "é a Síria, palco de uma guerra civil, que detém o triste recorde do número de cristãos assassinados (1.213)", o que a levou do 11.º ao terceiro lugar da classificação, disse Varton.
O aumento das perseguições contra os cristãos é mais evidente nos Estados ditos "em falência", que já não são capazes de assumir plenamente o seu papel: Somália, Síria, Iraque, Afeganistão, Paquistão, Iémen e, actualmente, a República Centro-Africana.
O Paquistão conheceu "o pior ataque contra os cristãos desde que foi criado em 1947", com um duplo atentado suicida à saída da igreja católica de Todos-os-Santos, em Peshawar, onde 89 fiéis foram mortos a 22 de Setembro passado.
No Egipto, 167 actos violentos foram contabilizados e mais de 492 tentativas de encerramentos de igrejas ou edifícios anexos, indicou também o índice das "Portas Abertas".
Os dez países onde os cristãos sofreram mais violências foram, por ordem, a República Centro-Africana, Síria, Paquistão, Egipto, Iraque, Birmânia, Nigéria, Colômbia, Eritreia e o Sudão.
Associação apolítica de origem protestante, criada em 1976, a "Portas Abertas França" realiza este índice desde 1997, a partir de questionários enviados aos seus representantes de 22 gabinetes, que trabalham em 60 países.
Lusa/SOL
Fonte:
http://sol.sapo.pt/inicio/Internacional/Interior.aspx?content_id=96521
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