28 de setembro de 2010

AQUECIMENTO GLOBAL

Filhotes de pinguins na Antárctica.
O oceano e seus habitantes serão irreversivelmente afectados pelo impacto do aquecimento global e as mudanças climáticas. Os cientistas dizem que o aquecimento global, ao subir as temperaturas dos mares, irá elevar os níveis das águas e mudar as correntes oceânicas.
Correntes oceânicas
A água nos oceanos do mundo está sempre em movimento – arrastada pelas ondas, soprada pelos ventos e lentamente circulando pelo globo com a força do Great Ocean Conveyor Belt (também chamado de Cinturão Termohalino Mundial). O cinturão é alimentado pelas diferenças de temperatura na água e sua sanilidade, e uma de suas partes mais conhecidas, a Corrente do Golfo, é que dá à Europa seu clima relativamente suave.
Além de manter o clima morno na Europa e ter um importante papel no clima do planeta, o cinturão faz com que as águas mais profundas cheguem à superfície, trazendo nutrientes, e aumenta a absorção de dióxido de carbono pelo oceano.

O que pode dar (muito) errado
De forma preocupante, estudos recentes advertem que já temos evidência de uma circulação mais lenta do cinturão no trecho de águas profundas entre a Escócia e a Groenlândia. E enquanto o cinturão parece ter agido de maneira previsível nos últimos milhares de anos, um exame da polpa de geleiras tanto do manto da Groenlândia como da Antártica mostra que não tem sido sempre assim. No passado mais distante, mudanças na circulação do cinturão foram associadas a alterações abruptas de clima.
A diluição da salinidade do oceano – através do derretimento do gelo ártico, como o do manto da Groenlândia – e/ou o aumento das chuvas – pode diminuir ou mudar a direção do cinturão. Esse resfriamento dramático pode trazer conseqüências terríveis para a agricultura e o clima na Europa, e causar impacto em correntes oceânicas e temperaturas ao redor do globo.

Aumento do nível dos mares (CLICAR)
Um aumento médio global dos mares de 9 a 88 centímetros é esperado nos próximos 100 anos, graças aos gases de efeito estufa que já emitimos e provavelmente ainda emitiremos. Isso acontecerá mais ou menos na mesma medida que o derretimento do gelo e a expansão termal dos oceanos (a água se expande quando aquecida).
Até mesmo essa comparativamente modesta projeção de subida do nível da água provocará destruição. Enchentes na costa e danos causados por tempestades, erosões nas margens, contaminação por água salgada nas reservas de água potável, na agricultura, cheias nos mangues, pântanos e ilhas e acréscimo da salinidade nos estuários são conseqüências reais de um aumento mesmo que pequeno do nível das águas. Algumas cidades costeiras e vilas também serão também afetadas. Recursos vitais para populações costeiras ou em ilhas como praias, água potável, áreas de pesca, habitats, barreiras de coral e atóis estão também sob risco.

O manto nada estável
Apenas quatro anos atrás, acreditava-se que o manto de gelo da Antárctica Ocidental era estável. Um derretimento inesperado, no entanto, fez com que os cientistas repensassem esse conceito.
Em 2002, a Larson B, uma plataforma de gelo de 500 biliões de toneladas que cobria uma área duas vezes maior que a Grande Londres, se desintegrou em menos de um mês. O fato não foi responsável por aumentar o nível das águas, pois a plataforma já era flutuante, mas significou um aviso dramático dos efeitos do aquecimento na área.
Além disso, em 2005, a divulgação do Levantamento Antárctico Britânico mostrou que 87% das geleiras na Península Antárctica retraíram nos últimos 50 anos. Nos últimos cinco anos, as geleiras recuadas perderam uma média de 50 metros por ano.
Potencialmente, o manto de gelo da Antárctica Ocidental pode contribuir com um adicional de seis metros no nível do mar. Embora as chances de que tal aumento acontecer sejam consideradas remotas de acordo com o Terceiro Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental em Mudança do Clima (ou IPCC, International Panel on Climate Changes), pesquisas recentes indicam novas evidências de desprendimento do gelo do manto.
O manto antártico inteiro tem água suficiente para elevar o nível dos mares no planeta em 62 metros.

As geleiras da Groenlândia
Em julho de 2005, cientistas a bordo do navio do Greenpeace Arctic Sunrise fizeram uma descoberta espantosa: eles encontraram evidências de que as geleiras da Groenlândia estão derretendo numa velocidade sem precedentes. É apenas mais uma prova de que as mudanças no clima não estão mais no horizonte, mas sim chegaram às nossas portas – e se você vive numa cidade costeira, isso não é apenas figura de linguagem.
Descobertas indicam que a geleira Kangerdlugssuaq, na costa leste da Groenlândia, é provavelmente uma das geleiras que se movem mais rapidamente no mundo, com a velocidade de quase 14 quilómetros por ano. As medições foram feitas com precisos aparelhos de GPS. Além do movimento, a geleira inesperadamente recuou cinco quilómetros desde 2001, depois de manter uma posição estável pelos últimos 40 anos.
O massivo manto de gelo da Groenlândia guarda mais de 6% do volume de água fresca do mundo, e está derretendo mais rápido do que o esperado. Se a Groenlândia derretesse por inteira, o aumento do nível dos mares seria de quase seis metros. Mesmo aumentos de um ou dois metros no nível dos mares pode significar que lugares como Nova York, Amsterdã, Veneza e Bangladesh sofrerão com cheias nas áreas mais baixas.
O alarmante recuo da geleira Kangerdlugssuaq sugere que o manto inteiro de gelo da Groenlândia está derretendo mais rápido do que se imaginava. Todas as previsões científicas para o aquecimento global apontavam para uma diminuição no derretimento. Essa nova evidência sugere, no entanto, que a ameaça de aquecimento global é muito maior e mais urgente do que se acreditava anteriormente.

Perda de habitat
Os aumentos de temperatura causam impacto em toda a cadeia alimentar marinha. O fitoplâncton, por exemplo, que alimenta pequenos crustáceos incluindo o krill, cresce sob o gelo do mar. Uma redução no gelo do mar implica em diminuição de krill – que, por sua vez, alimenta muitas espécies de baleias, incluindo as grandes.
Baleias e golfinhos encalham em temperaturas altas. As grandes baleias também podem perder sua área de alimentação, o oceano ao redor da Antárctica, por causa do derretimento e do colapso dos mantos de gelo.
Espécies inteiras de animais marinhos e peixes estão directamente sob risco graças ao aumento de temperatura – elas simplesmente não conseguem sobreviver em águas mais quentes. Algumas populações de pinguins, por exemplo, diminuíram em 33% em partes da Antárctica, por causa do declínio do habitat.
Uma ocorrência cada vez maior de doenças em animais marinhos também está ligada ao aumento de temperatura dos oceanos. Creiam em mim, ao menos por isto, estamos nos RUMORES DO FIM!

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