O papa nomeou uma comissão especial para recolher
informações sobre as actividades do Instituto para as Obras Religiosas (IOR),
controverso banco do Vaticano, foi hoje anunciado.
Esta comissão pontifícia de cinco membros vai permitir ao
chefe da Igreja católica "conhecer melhor a posição jurídica e as
actividades" do IOR, acrescentou o Vaticano, sublinhando que o trabalho do
grupo decorre no âmbito "da reforma" das instituições vaticanas.
O objectivo desta comissão é "recolher informações
sobre a evolução do Instituto e apresentar as conclusões ao papa",
precisou o Vaticano, acrescentando que "começará o trabalho nos próximos
dias".
Os membros da comissão são o cardeal italiano Raffaele
Farina, ex-responsável dos arquivos secretos do Vaticano, que vai assumir o
cargo de presidente, o cardeal francês Jean-Louis Tauran, monsenhor Juan
Ignacio Arrieta Ochoa de Chinchetru, um especialista espanhol em legislação do
Vaticano, designado como coordenador, monsenhor Peter Bryan Wells, um
norte-americano membro da Secretaria de Estado, nomeado secretário, e a
professora norte-americana Mary Ann Glendon, especialista em direito de
Harvard.
O objectivo de Francisco é permitir "uma melhor
harmonização (das actividades) do IOR com a missão da Igreja universal no contexto
mais geral das reformas que será realizar nas instituições" do Vaticano.
Eleito a 13 de Março, o papa tem criticado sempre a riqueza
e as vaidades, incluindo na Igreja católica e no clero, e defendido a virtude
da pobreza.
Sinal da importância que dá ao trabalho desta comissão, o
papa assinou, ele próprio, o decreto que a instituiu (quirógrafo), datado de 24
de Junho, e no qual explicou as razões para criar esta comissão.
O IOR gere 19.000 contas, que pertencem maioritariamente ao
clero católico, ou seja, cerca de sete mil milhões de euros, bem como as
transferências de dinheiro das congregações religiosas.
O novo presidente do IOR, o alemão Ernest Von Freyberg,
nomeado alguns dias antes da demissão do papa emérito Bento XVI, pediu à
agência de consultores financeiros norte-americana Promontory a verificação de
cada uma das contas do IOR.
Ao longo dos anos, vários escândalos mancharam a reputação
do IOR, destacando-se a falência do Banco Ambrosiano, em 1982, na qual
estiveram envolvidos os serviços secretos norte-americanos (CIA) e uma loja
maçónica italiana.
Lusa/SOL
Comentário pessoal: Esta notícia levou-me a pensar no
comportamento dos macacos, e sobretudo nos babuínos, há movimentos que exprimem
a submissão social e que se desenvolveram a partir do convite feminino ao
acasalamento. Na sua forma actual, a cerimónia que consiste em mostrar o
traseiro, muitas vezes ornado das mais lindas cores para que a atitude seja
também sublinhada visualmente, quase nada já tem a ver com a sexualidade ou com
motivações sexuais. Significa apenas que o macaco que a executa reconhece a
categoria superior daquele a quem ela é dedicada. Os macacos muito novos seguem
já este costume sem o terem aprendido. Pia, a jovem babuína de Katharina
Heinrich, criada quase desde nascença no meio de pessoas, quando foi metida num
quarto desconhecido voltou solenemente o traseiro a cada uma das cadeiras que
evidentemente lhe inspiravam medo. Geralmente, o babuíno tem comportamento
ríspido e dominador com as fêmeas da sua espécie: comportamento que na natureza
não são decerto tão bruscos como se poderia julgar, segundo as observações no
cativeiro de Washburn e De Vore, mas certamente estão longe da doçura e
amabilidade dos cães, dos piscos ou dos gansos bravos. Compreende-se portanto
que nesses macacos a frase “sou tua mulher” equivalha facilmente a “sou tua
escrava”.
José Carlos Costa
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