Estas palavras da Drª Isabel Jonet, presidente do Banco
Alimentar Contra a Fome, despertaram uma onde de críticas violentas contra uma
mulher que se dá voluntariamente a esta CAUSA de ajudar os que pouco ou nada
têm. O impressionante de tudo isto, é ao que parece, estas críticas ainda que veiculadas
por órgãos de comunicação importantes, são o eco de pessoas para quem ela se
dedica de corpo e alma. Ou seja os que recebem, os que são ajudados criticam
alguém só porque esta diz a verdade, gostei do comentário do Mário Cláudio:
“O escândalo suscitado, há dias, por uma intervenção de
Isabel Jonet, presidente do Banco Alimentar Contra a Fome, a exortar-nos à
tomada de medidas de poupança como estratégia de combate à crise, desvenda pelo
menos um clima de paixão colectiva, prejudicial à serena leitura dos factos.
Não ouvi a responsável pelo Banco Alimentar defender o excesso de austeridade a
que nos submete um Governo que deu já provas sobejas de incompetência perante a
situação a enfrentar, nem sequer deduzi que, alinhada com um cardeal instalado
na hierarquia, procurasse ela dissuadir-nos do exercício do direito de nos
indignarmos, e da consequente manifestação pública da nossa discordância das
desastrosas soluções, propugnadas pelos timoneiros dos destinos pátrios.
Assisti porém, isso sim, à reacção destemperada de muita gente, denunciando
essa espécie de atávica indolência, sempre pronta a derivar tudo lá de cima,
desmobilizando-se de alterar comportamentos cá de baixo. E constatei a
persistência da vontade de incorrer em certos vícios, justamente inspirados
pelo mesmo consumismo, e pela mesma globalização, que nos castigam agora.”
Não terão estas reações da parte das pessoas que trabalham
como voluntárias, assim como as que doam os seus cabazes um efeito reativo, ou
seja em vez de ir ou dar. Não ir nem dar?
Há um velho ditado em português que diz: “pobres e mal-agradecidos”
parece ser hoje o espirito que invade as pessoas. Deixou de haver o gesto de
reconhecimento. Eu admito, que custe ouvir algumas palavra de Isabel Jonet,
quando ela diz que os portugueses se habituaram a viver acima das posses, não
souberam fazer contas, no entanto, isto é verdade.
Sou do tempo em que se começava a trabalhar aos 7 anos. Sou
do tempo em que ter um pedaço de broa seca e bolorenta com metade de uma
sardinha salgada era muito bom. Sou do tempo quando recebíamos um pão com doce
de tomate era uma lambarice que comíamos a pequenas dentadas para durar. Não,
não tenho saudades desse tempo. Tenho saudades das pessoas!
Jesus disse: “Porquanto sempre tendes convosco os pobres,
mas a mim não me haveis de ter sempre.” Mateus 26:11
“Bem-aventurados os pobres de
espírito, porque deles é o reino dos céus.” Mateus 5:3
Estes pobres, sim, eu admiro e amo.
Os outros “os que criticam”, Deus me perdoe…não digo o que estou a pensar.
José Carlos Costa
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