“Se o corpo é da mulher, ela dá para quem quiser”, com frases de efeitos como essas quase 1,1 mil pessoas - segundo a Polícia Militar - invadiram o Centro do Recife neste sábado durante a Marcha das Vadias. O grupo, que se concentrou no início da tarde na Praça do Derby, chegou à Praça do Diário no começo da noite. Apesar de circularem por corredores importantes da capital, como as Avenidas Conde da Boa Vistas e Guararapes, não houve grandes transtornos no trânsito, segundo a organização do movimento.
Uma das características do evento foi a ausência de equipamentos electrónicos, como carros de som. No início da noite, as mulheres e famílias que participam do evento realizaram oficinas sobre direitos da mulher e rodas de música. “Tudo na base do gogó”, revelou uma manifestante. Procurada pela reportagem do Diário, a PM garantiu que não houve nenhuma ocorrência registrada durante a Marcha. “Foi um evento pacífico”, disse um policial.
O movimento organizado na capital foi realizado simultaneamente em 17 estados do país. Este ano, os participantes (sobretudo, as mulheres) levantaram a bandeira contra a “culpabilização” da mulher em casos de agressão sexual. Isso significa, em outras palavras, que a Marcha pretende contestar o mito de que as mulheres são culpadas pela agressão que sofrem.
A dentista Patrícia Sampaio é uma das organizadoras do movimento. “Se o brasileiro é machista, o pernambucano é mais. A cidade de Escada, em nosso estado, tem a maior taxa de agressão (assassinato) contra mulheres no país”, revela a dentista. Os dados são do Instituto Sangari/Ministério da Justiça, que elaborou um mapa da violência contra a mulher.
Segundo o manifesto que lido na Praça do Diário, 15 mil mulheres são estupradas no Brasil todos os anos. “Mesmo assim nossa sociedade acha graça quando um humorista faz piada sobre estupro, chegando ao cúmulo de dizer que homens que estupram mulheres não merecem cadeia, mas um abraço”, critica o texto do movimento.
A Marcha das Vadias teve origem no Canadá. Há cerca de um ano, um policial do país, durante uma palestra sobre prevenção de estupro, sugeriu que as mulheres evitassem se vestir como “vadias” para não se tornarem vítimas de abuso sexual. Ainda no mesmo ano, mulheres do mundo inteiro foram às ruas em protesto pelo direito de se vestir como quisessem.
Da Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
Nota: Ninguém tem o direito de fazer juízo de valores, e viva a liberdade! Agora, que este mundo se parece aos dias de Noé e Ló, isso não tem dúvida. Não acredita? Vai na Bíblia e encontra.
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