15 de janeiro de 2010

Usam cadáveres para cortar estradas em protesto pelos atrasos na ajuda



Desesperados com as dificuldades que a assistência humanitária está a enfrentar para chegar ao terreno, há pessoas a protestar usando corpos de vítimas do sismo.
 
foto JUAN BARRETO/AFP
Usam cadáveres para cortar estradas em protesto pelos atrasos na ajuda
 
Um fotógrafo da Agência Reuters disse ter testemunhado um dramático protesto dos haitianos. Desesperados com a falta de assistência, que tarda em implementar-se no terreno, ergueram bloqueios na estrada, usando cadáveres de vítimas do sismo do passado dia 12.
A capital do Haiti, Port-au-Prince, há vários anos dominada por gangues, está completamente sem lei. A missão da ONU no terreno, que visava controlar e eliminar esses bandos de criminosos, está, de momento, com dificuldades em controlar as pilhagens na cidade devastada pelo sismo.
Depois de ouvir muitas queixas por causa do mau cheiro dos cadáveres, Nicolas Challes, de confissão evangélica, como gosta de sublinhar, decidiu oferecer ajudar a recolher corpos de vítimas do sismo, apoiado por alguns médicos e trabalhadores da Cruz Vermelha.
Um camião percorreu as ruas de Petion Ville, um bairro "acomodado" dentro dos parâmetros haitianos, para recolher corpos de adultos e crianças só cobertos com panos brancos. Segundo comprovou a Agência Efe, foram depositados numa vala comum no cemitério Carrefour Academie, no bairro de Petion Ville.
No entanto, o ritmo a que este trabalho está a ser feito é de uma lentidão exasperante, pois durante toda a tarde só conseguiram recolher uma centena de cadáveres, como reconheceu Nicolas Challes, que dirigiu as operações.
Por seu turno, o Presidente do Conselho de Ministros do Peru, Javier Velásquez Quesquén, anunciou em declarações a um canal de televisão peruano, que cerca de 7000 mortos foram sepultados nas últimas horas na capital haitiana.

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