22 de maio de 2009

A IGREJA CATÓLICA ROMANA, NÃO FOI E NÃO FAZ APOLOGIA DA PEDOFILIA

Estes dois casos que encheram páginas de jornais não passam de "acidentes" graves, no entanto, não se deve confundir a parte pelo todo.
Mais de 780 crianças foram molestadas por padres e funcionários de arquidiocese de BostonFox Butterfield DE BOSTON, Estados UnidosDesde 1940, 789 crianças, pelo menos, foram molestadas sexualmente por 250 padres e outros funcionários da arquidiocese Católica Romana de Boston.
A conclusão é da investigação do promotor geral de Massachusetts, divulgada na quarta-feira (23/07).O promotor-geral, Thomas F. Reilly, católico, descreveu o escândalo de abuso sexual no clero que abalou Boston desde o início de 2002 como "a maior tragédia de crianças na história do país".Reilly culpou a liderança da arquidiocese de Boston pelo escândalo. Além do cardeal Bernard M. Law, que renunciou, sob pressão, em dezembro último, Reilly culpou também uma série de assessores do cardeal. Muitos desses se tornaram bispos em outras cidades do país, como Thomas Daily, hoje bispo de Brooklyn."Quando tiveram que escolher entre proteger as crianças e proteger a Igreja, escolheram o sigilo, para proteger a Igreja", disse Reilly em conferência com a imprensa. "Eles sacrificaram as crianças por muitos e muitos anos."Reilly disse que existia dentro da arquidiocese "uma cultura institucional" de segredo, que levou os líderes a proteger os padres e a Igreja, em vez de investigar as acusações de abuso sexual das crianças.O documento de 76 páginas oferece o relato mais completo até hoje do escândalo de abuso sexual do clero em Boston. Ele se baseou na revisão de 30.000 páginas de documentos da Igreja e 100 horas de testemunhos diante de um grande júri. O número de vítimas incluiu somente pessoas que delataram os abusos à arquidiocese, disse Reilly. No entanto, ele disse: "Não tenho absolutamente nenhuma dúvida de que o número é muito maior", já que muitas vítimas não puderam ou não quiseram relatar o que lhes aconteceu.Assim, disse o relatório, o número real de vítimas "provavelmente excede 1.000". Não há uma contagem oficial do número de vítimas. As melhores estimativas vêm do número de processos legais por abuso sexual contra a arquidiocese, que atualmente chegam a quase 600. No entanto, Mitchell Garabedian, que representa 114 litigantes, disse acreditar que o número de vítimas em todos esses anos seja de "milhares".

Irlanda: pedofilia assombra Igreja Católica
Jornal do Brasil

DA REDAÇÃO – Milhares de crianças sofreram abusos sexuais sistemáticos em orfanatos, escolas e reformatórios dirigidos pela Igreja Católica na Irlanda, revela uma investigação de quase 10 anos divulgada quarta-feira em Dublin. De acordo com a minuciosa pesquisa, os abusos em instituições católicas para crianças irlandesas foram “endémicos” entre 1930 e 1990.
“As autoridades religiosas sabiam que os abusos sexuais eram um problema persistente nas organizações religiosas masculinas”, acusa o documento.
O relatório final de 2.600 páginas, elaborado pela Comissão de Investigação Sobre Abusos às Crianças, foi divulgado pelo juiz Sean Ryan da Alta Corte. Segundo o texto, mais de 30 mil crianças consideradas criminosas ou vindas de famílias “não funcionais” – o que inclui mães solteiras – foram enviadas para a rede de escolas, reformatórios, orfanatos e abrigos no início da década de 1930 até os anos 1990, quando a última destas instituições foi fechada.
A comissão ouviu os depoimentos de milhares de pessoas, actualmente com idades entre 50 e 70 anos, que estudaram em mais de 250 instituições dirigidas pela Igreja. O relatório afirma que as crianças eram molestadas e abusadas nas escolas para garotos, dirigidas pela ordem dos Irmãos Cristãos, e que os supervisores aplicavam regras que aumentavam o risco deste tipo de crime.
As instituições para garotas, chefiadas pelas Irmãs da Misericórdia, registaram menos casos de abusos sexuais, mas foram frequentes as denúncias de humilhação para que se sentissem desvalorizadas.
“Em algumas escolas, um ritual de espancamento das garotas era rotineiro. As garotas apanhavam com equipamentos desenhados para maximizar a dor e eram atingidas em todas as partes do corpo. Denegrir a pessoa e a família era um hábito amplamente difundido”, relata o documento.
Enquanto as vítimas pediram durante anos que suas experiências fossem reveladas para que outras crianças irlandesas não sofressem mais com tal tratamento, a Igreja Católica tentou repetidamente impedir a publicação do relatório. Autoridades religiosas do país rejeitaram as alegações como exageros e mentiras e testemunharam à comissão dizendo que a responsabilidade pelos abusos é de pessoas falecidas há anos.
O documento divulgado afirma ainda que as crianças que sofriam os abusos não tinham como denunciar o fato de maneira segura às autoridades, principalmente os abusos sexuais de funcionários da Igreja e outros colegas de instituições para garotos.
Vergonha
O mais alto dirigente da Igreja Católica da Irlanda, o cardeal Sean Brady, disse estar “profundamente envergonhado” com a publicação do informe. Brady classificou o texto como “um catálogo vergonhoso de crueldade, abandono, abusos físicos, sexuais e emocionais” que revela “grandes danos causados aos mais vulneráveis de nossa sociedade”.
– O relatório ilumina um período obscuro do passado. A publicação deste extenso documento e análise é um passo bem-vindo e importante para estabelecer a verdade; dar justiça às vítimas e assegurar que um abuso como esse não volte a acontecer – declarou Brady.
O relatório propõe 21 maneiras de as instituições católicas reconhecerem seus erros, incluindo a construção de um memorial permanente, fornecimento de acompanhamento social e médico, e educação às vítimas, além de maior protecção às crianças irlandesas.
O governo irlandês já criou um sistema de compensação no qual pagou a 12 mil vítimas de abuso uma média de US$ 90 mil, na condição de os indivíduos abrirem mão do direito de processar a Igreja e o Estado. No entanto, cerca de 2 mil reclamações continuam em aberto. Outras centenas de vítimas rejeitaram a condição imposta e levaram seus agressores, e os funcionários da Igreja à Corte.
No entanto, as descobertas do relatório não serão usadas para processos criminais porque os Irmãos Cristãos conseguiram processar a comissão em 2004 para que mantivesse a identidade de seus membros em sigilo. Deste modo, nenhum nome real – seja de vítimas ou de perpetradores dos abusos – aparece no documento.
– Estou indignado, amargurado e decepcionado – afirmou uma das vítimas, John Walsh. – Estes não eram orfanatos, eram gulags (campo de trabalhos forçados da antiga União Soviética). Eu não me chamava John. Era apenas o número 253.
21:51 - 20/05/2009
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