Na madrugada de 26 de abril de 1986 acontecia o maior acidente nuclear da história em Chernobyl, norte da Ucrânia. Devido a um teste feito sob uma série de falhas de engenharia e controlo, o reator número 4 super aqueceu e explodiu, lançando na atmosfera uma nuvem radioativa que se espalhou por grande parte da Europa.
Tudo indicava uma segunda explosão, que deixaria o continente inabitável, mas o desastre só não foi maior porque medidas extremas foram tomadas. Helicópteros lançaram cerca de cinco mil toneladas de areia no topo do reator com a finalidade de arrefecer o magma. Assim que o perigo maior foi controlado, milhares de pessoas, entre elas soldados, mineiros, bombeiros e reservistas (conhecidos como liquidators) foram deslocados ao local para “liquidar” com a radiação.
Muitos deles enfrentaram níveis letais de radiação, jovens sem qualquer roupa ou treino adequados, morrem nos dias e semanas seguintes, ou então, sofrem de câncer ou outros problemas para o resto das suas vidas. Durante o trabalho, para que não enlouquecessem, tocava-se música na área cercada por arame farpado. Hoje muitos deles enfrentam com 50 anos limitações como se tivessem 80 anos e alguns passam em média 2 meses por ano nos hospitais.
Apesar de ter passado pouco mais de um quarto de século da tragédia com a maioria dos dados sobre vítimas maquilhados (para menos) e nenhum estudo específico publicado (afinal, não é do interesse da indústria nuclear), o acidente em Chernobyl é ainda um grande problema para a humanidade. O magma frio que está dentro do reator é uma ameaça assustadora! Lá dentro há 100 kg de plutónio. O micrograma de tal elemento é letal para o ser humano. Calcula-se que há plutónio suficiente ali para contaminar 100 milhões de pessoas.
Considere que a atividade do plutónio é de 245.000 anos. A Zona de Exclusão inclui cidades que foram evacuadas numa área de 140.000 quilómetros quadrados – a água e os alimentos do local tornaram-se perigosos para o consumo. As previsões futuras são pessimistas e afirmam que dezenas de milhares morrerão com câncer nos próximos setenta anos devido à radiação espalhada no acidente.
Em resumo, Chernobyl não foi apenas um desastre em que o povo foi evacuado e tudo “ficou bem”. É um problema da nossa e das gerações futuras, uma crise social e psicológica de magnitude inexorável. Há e com razão quem compare o acidente Nuclear no Japão possa ser semelhante ao de Chernobyl.
Sem comentários:
Enviar um comentário