Presidente Ahmadinejad anuncia "capacidade para enriquecer urânio a 80 por cento"; regime demonstra que resiste a ter o mesmo fim do Xá Mohammad Reza Pahlavi em 1979
Numa praça cujo nome persa (Azadi) significa Liberdade, mas onde a oposição foi proibida de entrar por um aparato de segurança sem precedentes em mais de três décadas de revolução islâmica, o Presidente Mahmoud Ahmadinejad proclamou ontem o Irão "um Estado nuclear".
"Quero anunciar, em voz alta, que entregámos aos nossos cientistas o primeiro fornecimento de combustível [com urânio enriquecido] a 20 por cento", exultou Ahmadinejad. "Temos capacidade para enriquecer urânio a mais de 20 por cento ou 80 por cento, mas não o vamos enriquecer [a este nível] porque não precisamos. Quando dizemos que não queremos fabricar a bomba, falamos a sério; se quiséssemos produzir uma bomba, faríamos esse anúncio. (...) Se Deus quiser, a produção diária [de urânio pouco enriquecido, a 3,5 por cento] será triplicada."
O discurso de Ahmadinejad, comemorativo do 31.º aniversário da revolução e transmitido em directo pela televisão estatal, foi acolhido aos gritos de "Morte à América" e "Morte a Israel" por uma multidão onde sobressaíam homens barbudos e mulheres de chador negro. Muitos erguiam bandeiras nacionais e fotos do ayatollah Khomeini, fundador da república, e do seu sucessor como Supremo Líder, Ali Khamenei.
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