O Presidente do Brasil, Lula da Silva, defendeu hoje que os países ricos devem desenvolver o seu consumo interno, como fizeram os países emergentes, e não depender apenas das exportações, porque senão o mundo “vai à falência”.
Se os países desenvolvidos “não consumirem e apostarem unicamente nas exportações (para saírem da crise), o mundo vai à falência”, alertou.
O chefe de Estado brasileiro falava aos jornalistas pouco antes do início da cimeira do G20, na Coreia do Sul, centrada nos desequilíbrios económicos mundiais e a “guerra das moedas”.
Lula da Silva mostrou-se ainda preocupado quanto às consequências das medidas de austeridade implementadas pelos países desenvolvidos, preocupados em reduzir os seus défices públicos.
Esta é a última cimeira do G20 em que Lula da Silva participa como Presidente do Brasil, estando também presente na reunião a Presidente eleita, Dilma Rousseff.
Os líderes das vinte economias mais importantes do mundo estão reunidos hoje e sexta-feira em Seul para uma cimeira que se prevê polémica devido às tensões geradas pelas medidas de estímulo decididas pelos Estados Unidos.
O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, pediu hoje ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que explique aos seus homólogos na reunião do G20 as polémicas políticas monetárias de estímulo quantitativo adotadas pela Reserva Federal americana.
«É muito importante ouvir o que Obama tem a dizer sobre esta intervenção, para que possamos entender melhor a decisão da Reserva Federal [o banco central norte-americano]», disse o presidente da Comissão Europeia, numa conferência de imprensa em Seul, ao lado do líder do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.
A política monetária de estímulo quantitativo (QE - quantitative easing) que a Reserva Federal adotou para ajudar ao crescimento da economia dos Estados Unidos, no valor de 600 mil milhões de dólares (435,8 mil milhões de euros) é um dos temas mais polémicos nas discussões da cimeira de dois dias dos líderes do G20, o grupo das 20 maiores economias do mundo, que hoje arrancou na capital da Coreia do Sul.
A chanceler alemã, Angela Merkel, prometeu hoje que vai trabalhar com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para relançar a economia mundial, apesar das anteriores críticas de Berlim às políticas económicas norte-americanas.
Merkel disse que o encontro com Obama, antes do arranque hoje da cimeira do G20, na capital da Coreia do Sul, serve para «enviar um sinal, um sinal muito bom», em favor do crescimento global.
«Só juntos poderemos lidar com os problemas cruciais do mundo de hoje, questões como o Afeganistão, a próxima cimeira da Nato [a realizar em Lisboa], para além dos assuntos óbvios do G20», disse Merkel.
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