Já antes da queda The World Trade Center, assisti a um
documentário da National Geografich sobre as similaridades e semelhanças entre
os Estados Unidos da América/União Europeia e o antigo império Romano.
O próprio redator da matéria (não lembro quem assinou pelo
texto), prognosticou, que "após os E.U.A jamais haverá outra superpotência
como ela", afirmou o redator da matéria.
Semelhanças pertinentes para salientar rapidamente:
Roma construiu o seu império pavimentando estradas, as vias
romanas;
Os Estados Unidos utilizam a via rápida da internet para
difundir a sua cultura, adiais e valores como nação imperialista
Quem viaje pela Europa ou pelos Estados Unidos deixará de
reparar na similaridade arquitónica dos vários aeroportos e estações de
serviço. Quem se quiser dessedentar, verificará que as garrafas de Coca-Cola
são praticamente iguais em toda a parte. Consequência evidente das ténicas de
produção em massa, a uniformidade de certos aspectos do nosso ambiente físico há muito que indigna os
intelectuais. Uns, verberam a “hiltonização” dos nossos hotéis; outros,
acusam-nos de homogeneizar toda a espécie humana.
Outras possíveis e 'supostas semelhanças &
similaridades' entre Roma e E.U.A:
1. Expansão
territorial.
O colonialismo de Roma tornou-se colossal.
Para construir um império, Roma dominou o Mediterrâneo.
Os vastos territórios conquistados representavam vantagens
estratégicas, militares e económicas.
As legiões do império chegaram ao Egito, à Grécia, à
Espanha, à Britânia, à Gália, à Síria, à Mauritânia e aos confins do mundo.
Júlio César gabava-se de ter matado um milhão de gauleses.
Paul Kennedy autor de The Rise and Fall of the Great Powers
(Ascensão e Queda das Grandes Potências), diz que os pioneiros americanos
também tinham um espírito conquistador.
Eles chegaram da Inglaterra à Virgínia e avançaram para o
Oeste. Combateram os Cherokee, os Iroquois e os Sioux, entre outros. Apesar de
muitos pioneiros estarem fugindo das restrições do imperialismo britânico, o
novo pais adotou um programa de expansão imperialista. Mais tarde, após tomar
um grande território do México, incluindo o Texas, os americanos abandonaram a
conquista territorial. Mas as intervenções em outros países continuaram.
Hoje, as bases militares americanas estão em cerca de 40 países
do mundo. De algum modo, essas bases exercem o papel das colónias do passado.
Segundo o Pentágono, há uma presença militar americana, grande ou pequena, em
132 dos 190 membros das Nações Unidas.
2. Mitologia do
destino.
Roma tinha toda uma mitologia a respeito do seu passado e do
seu futuro.
Sempre cultuando uma história de glórias e heróis,
promovendo o patriotismo e a grandeza, os romanos viam-se como um povo
especial.
Eram, por determinação dos deuses, os guardiões da
civilização mundial.
Não eram fruto do acaso, mas do destino.
Augusto se declarou o filho de um deus e ergueu uma estátua
para seu pai adotivo, Júlio Cesar, num pódio junto com Marte e Vénus.
Os americanos também têm a mania de criar mitologias sobre o
passado e seu futuro.
Talvez inconscientemente, criaram uma galeria especial de
heróis nacionais. Os pais fundadores da nação, como Washington e Jefferson, e
os grandes presidentes, como Abraham Lincoln, são reverenciados como
verdadeiros mitos. Para muitos americanos, os Estados Unidos receberam uma
missão divina de proteger a civilização e governar o mundo.
A ideia de que o paÍs é abençoado por Deus está enraizada na
psique americana.
O dólar estampa a mensagem "ln God We Trust" (nós
confiamos em Deus), e muitos discursos políticos terminam com a frase:
"God bless America!" (Deus abençoe os Estados Unidos).
A política americana é influenciada por ideias religiosas e
proféticas. Israel, por exemplo, é apoiado, entre outros motivos, porque muitos
líderes evangélicos americanos influentes acreditam no dispensacionalismo, um
sistema que interpreta as profecias bíblicas por um prisma futurista e
literalista radical, colocando a Terra Santa como o epicentro dos eventos que
precederão o retomo do Messias.
3. Força militar.
Roma tinha a máquina da guerra mais poderosa da época, algo
que e mundo nunca tinha visto.
Seus soldados possuíam os melhores equipamentos e eram os
mais bem treinados. Nenhuma outra potência chegava perto. Se a Grécia de
Alexandre Magno dominou a Média-Pérsia de Ciro, que havia conquistado a Babilónia
de Nabucodonosor, a Roma de Júlio César simplesmente subjugou a Grécia.
Os Estados Unidos também conseguiram uma superioridade
militar incontestável no mundo. O presidente americano controla o maior arsenal
bélico do planeta, com cerca de mil mísseis nucleares (sendo 500
intercontinentais), 1.600 caças e 1,4 milhão de militares na ativa.
Antes dos atentados terroristas, o governo Bush propôs um
orçamento da defesa para 2003 de US$ 396 bilhões, um aumento de US$ 48 bilhões
em relação a 2002. Isso é mais do que o orçamento de dezenas de países somados.
O exército americano pode mostrar sua força em quase qualquer parte do planeta
num curto espaço de tempo.
4. Poder económico.
Para manter suas legiões e os luxos da corte, Roma precisava
de uma montanha de dinheiro.
Assim, o império planejou meios de conseguir fundos,
especialmente através de impostos e taxas. A riqueza de Roma, em seus melhores
momentos, tornou-se gigantesca.
Os Estados Unidos também conseguiram um destaque inigualável
na arena econômica. Seu PIB (total de riquezas produzidas), de mais de US$ 10
trilhões (cinco vezes o da América Latina e o equivalente à soma dos PIBs de
Japão, Alemanha, Inglaterra e França), representa 32% do PIB mundial. O país
produz 30% das patentes mundiais, 25% dos automóveis e 50% dos lançamentos de
satélites; e consome 33% da produção do planeta, um terço das importações e 25%
da energia gerada no mundo.
5. Desenvolvimento
tecnológico.
Com o seu pragmatismo, Roma valorizava as inovações da
engenharia.
Para manter suas conquistas, um império precisa de
tecnologia de ponta. Entre as conquistas mais conhecidas de Roma no campo da
engenharia, figuram com destaque as estradas. Na época de Diocleciano
(284-305), Roma tinha construído 85 mil quilómetros de estradas. Projetadas
para o trânsito rápido do exército, as estradas tiveram um impacto positivo na
economia do império. Facilitaram o transporte, o comércio e a comunicação. O
sistema postal imperial dependia das estradas para levar notícias e
correspondência. Usando diferentes cavalos, um mensageiro podia viajar até 160 quilómetros
num dia, se houvesse urgência. As vias principais possuíam estábulos e
alojamentos a espaços regulares e constavam nos mapas e guias. As estradas eram
símbolos de poder e soberania, mostrando quem controlava o território.
Os Estados Unidos, igualmente, lideram as façanhas
científicas e tecnológicas do planeta, detendo um predomínio absoluto no número
de patentes mundiais e na conquista de prémios Nobel. A
"superestrada" da informação, a Internet, também idealizada
originalmente como ferramenta militar, já figura no centro do comércio
americano. As conquistas científicas e tecnológicas americanas também servem de
símbolos ideológicos e políticos. São importantes porque afetam a maneira como
as pessoas percebem as relações de poder no mundo.
6. Influência
cultural.
Todo império, além de conquistar, precisa manter o que
conquistou. Isso se consegue pela força ou pela arte de fazer os conquistados
quererem o que o conquistador quer. Roma às vezes mantinha suas legiões nas
regiões conquistadas, mas também sabia seduzir os povos com a sua ideologia, a
sua cultura e os seus luxos. Roma assimilava a cultura dos povos dominados,
reciclava-a, mesclava-a com os seus valores e a vendia de volta. Tácito
observou na Britânia que os nativos pareciam gostar de togas, banhos
aquecimento central, nunca percebendo que esses eram os símbolos de sua
"escravização". Os historiadores calculam que, por volta do ano 170
d.C., a população do império chegava a 65 milhões. Havia uma mistura de
nacionalidades, sendo os cidadãos romanos os mais valorizados. Ainda hoje
admirado, o direito romano regulava a vida do império.
De modo parecido, os Estados Unidos exercem uma influência
cultural avassaladora. O imperialismo cultural americano ocorre através de
Hollywood, da Disney dos jogos, da média da música e de produtos como McDonald
e Coca-Cola. O politeísmo de ontem virou o multiculturalismo de hoje. O inglês
de hoje, falado por mais de um quinto da população do planeta, é o latim de
ontem. O dólar, como as moedas romanas, é a moeda mundial. A população
americana também é uma mistura de etnias, sendo os cidadãos americanos os mais
privilegiados.
Não por acaso, o governo dos Estados Unidos pressionou o
Tribunal Penal Internacional, que começou a funcionar em julho na Europa, para
conceder imunidade aos cidadãos americanos. A sociedade americana também
valoriza um elaborado sistema jurídico, o que pode ser comprovado pela fixação
de Hollywood em filmes envolvendo tribunais e advogados.
7. Hostilidade no
Oriente Médio.
O Império Romano teve sérios problemas com a Palestina,
especialmente com os "zelotes", grupo extremista judeu. Espécie de
precursores dos extremistas islâmicos de hoje, os zelotes rejeitavam qualquer
afinidade com a Pax Romana. Para eles, o sincretismo religioso promovido por
Roma era abominável. Na vanguarda da resistência judaica, mas sem ostentar uma
unidade político-militar, os zelotes incluíam facções ultra-radicais e cruéis,
como a dos sicários. Eles banharam o solo da Palestina com o sangue de quase
meio milhão de vidas, incluindo romanos e judeus colaboradores de Roma.
Inspirados no movimento de Judas Macabeu, que, dois séculos antes, libertara os
judeus do domínio sírio de Antíoco Epifânio, os zelotes lideraram uma revolta
contra Roma, que terminou com a destruição e a profanação de Jerusalém pelas
legiões romanas, no ano 70 d.C. Refugiados na fortaleza de Masada, num platô às
margens do Mar Morto, os quase 900 zelotes/sicários remanescentes, liderados
por Eliezer Ben Yair, desafiaram o cerco romano, até decidirem pelo suicídio
coletivo, no ano 73, para não caírem nas mãos de Roma.
De modo semelhante, o Oriente Médio representa um problema
hoje para a Pax Americana. Há mesmo quem acredite que a política externa dos
Estados Unidos só irá funcionar quando for resolvida a crise do Oriente Médio.
A crise atual envolvendo o Iraque é apenas mais um capítulo na tumultuada
relação do país com a região. O interessante é que, assim como ex-protegidos de
Roma se voltavam contra o império, ou por ódio ideológico ou por quererem suas
regalias, também ex-protegidos de Washington (como Saddam Hussein) se têm rebelado
contra o império americano. Pretexto para serem derrubados!
8. Decadência
interna.
Antes de sua queda, Roma sofreu um processo de declínio
moral. Durante séculos, seu alvo era helenizar ou romanizar as outras
populações, ou seja, transmitir a cultura e os ideais da civilização
greco-romana para o mundo. Mas, com o tempo, voltou-se para o luxo, a
artificialidade, o misticismo, a superstição e a militarização. O grande
historiador de Roma Michael Rostovtzeff (1870-1952) observou que, com a
implantação da cultura de massa no Império Romano, houve uma simplificação dos
conceitos e dos processos da vida política, social, económica e intelectual.
Roma sofreu uma "barbarização" interna.
Hoje, vem-se falando também da decadência interna americana.
Morris Berman, autor de The Twilight of American Culture (O Crepúsculo da Cultura
Americana), compara a situação atual dos Estados Unidos à de Roma no seu
período de declínio. Pintando um quadro do "barbarismo interno"
americano, Berman cita, entre outras coisas, um abismo crescente entre ricos e
pobres, gastos astronómicos com segurança, queda no nível cultural e
"morte espiritual" (apatia, cinismo, corrupção, perda do espírito
público).
Um indício de que os Estados Unidos são movidos hoje mais
por interesses políticos, econômicos e militares do que por ideais culturais e
espirituais, diz Berman, é o fato de os terroristas terem escolhido como alvos
de seus ataques símbolos como o World Trade Center e o Pentágono. Seria
notável, até bizarro, ele observa, se os terroristas tivessem alvejado o
Memorial Jefferson ou a Universidade de Colúmbia.
9. Ameaça externa.
Os bárbaros representaram o desafio final para o Império
Romano. O termo "bárbaro" tem origem grega. Segundo uma versão
anedótica, os gregos deram esse nome aos antigos povos da Europa (como
vândalos, alamanos, suevos, anglos e saxões, entre outros) porque eles não
falavam grego e a sua fala soava como "bar-bar-bar", ou seja, um
blá-blá-blá ininteligível. O nome veio a significar "estrangeiro,
nômade", "iletrado", "incivilizado" e
"violento". Embora poucos bárbaros pudessem ler e escrever, a
história mostra que esse estereótipo negativo era injusto. Roma ignorou a
civilização dos bárbaros, desafiou-a e pagou caro. Durante quatro séculos, os
bárbaros pressionaram as fronteiras do Império Romano. Em 378, os godos
conseguiram uma vitória decisiva, em Adrianópolis. Essa batalha expôs a
fragilidade do império e encorajou novos ataques. Roma não era invencível.
Finalmente, em 476, os bárbaros depuseram o último imperador
romano e colocaram o líder germânico Odoacro no trono, tornando-o rei do
Império Ocidental. Os Estados Unidos têm os seus próprios bárbaros. O império
americano ignora a cultura e o mundo dos "bárbaros" modernos. Para os
americanos, o terrorismo islâmico é completamente irracional.
Em sua mentalidade, a única civilização que conta é a
ocidental, representada pelos Estados Unidos. Os valores corretos são os
valores americanos; o estilo de vida americano é o único jeito
"razoável" de viver. Talvez os americanos nunca tenham levado a sério
a ameaça e o poder dos novos bárbaros, até 11 de setembro de 2001. A queda do
World Trade Center expôs a vulnerabilidade do império. Isso mostra que, do
ponto de vista estratégico imediato, Bush não esta errado em querer atirar
primeiro. A questão é se essa é uma opção aceitável para uma democracia.
A partir daqui, é a opinião de um teólogo adventista, Dr.
José Carlos Ramos, observem a semelhança com as teologias da Watchtower...
10. Papel profético.
Roma entrou na profecia bíblica através da figura de um
"animal terrível e espantoso" (para saber mais, acompanhe as colunas
do Dr. José Carlos Ramos na Sinais). O profeta Daniel (2, 7, 8) indica que o
Império Romano teria uma fase política, seguida por uma fase mais religiosa,
até ser fragmentado e prosseguir como uma mistura de força (ferro) e fragilidade
(barro). Em seus piores momentos, seria um império brutal e perseguidor. Sob
esse império pragmático, Jesus seria crucificado e milhares de cristãos
perseguidos. Mais tarde, por interesse político, o império iria adquirir
características religiosas cristas e assumir papéis ou prerrogativas de Deus.
Se normalmente Roma era tolerante em matéria de religião, assimilando os deuses
locais e usando a religião como um meio de integrar os conquistados à sociedade
romana, ela se tomava intolerante e opressiva sempre que alguma expressão
religiosa era percebida como uma ameaça à segurança do império.
Os Estados Unidos também parecem estar retratados na
profecia bíblica. Em Apocalipse 13, João fala de um poder político-religioso
ditatorial que imitaria a "besta ou monstro" do Império Romano. Na
verdade, João primeiro descreve o próprio Império Romano em sua fase dominada
pela política papal; depois, começa a descrever o poder que imitaria e tentaria
reviver o Império Romano.
Na perspectiva de João, são duas "bestas" e uma
mesma agenda. A ideologia, os métodos e os alvos são semelhantes. Exercendo um
poder global, ambas as bestas misturam política com religião, impõem um tipo de
adoração e perseguem o povo de Deus. A Roma moderna pareceria cordeiro, mas
falaria e agiria como dragão. Seu objetivo, numa fase dominada pela religião, é
dar uma nova vida para a antiga Roma, que foi O poder em uma era de comunicação
global, compara Nye, é distribuído entre os países em um padrão que lembra um
complexo jogo de xadrez tridimensional. No topo do tabuleiro, o poder militar é
amplamente unipolar (só dá os Estados Unidos). No meio do tabuleiro, o poder económico
é multipolar (além dos Estados Unidos, há, por exemplo, a Europa, o Japão e a
emergente China). Na base do tabuleiro, o poder na esfera das relações
transnacionais que fogem ao controle do governo é amplamente disperso (não há
como manter a hegemonia).
Isso significa que os Estados Unidos podem ser tentados a
exercer seu poder hegemónico para reforçar as áreas onde não têm tanto poder.
Hoje, a revolução na informação permite a criação rápida de comunidades
virtuais que cruzam as barreiras nacionais. "O problema para os americanos
no século 21", observa Nye, e que cada vez mais as coisas fogem ao
controle mesmo do mais poderoso Estado." Agir unilateralmente, na
tentativa de querer controlar as ameaças reais ou imaginárias, pode enfraquecer
a nova Roma.
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José Carlos Costa
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