8 de setembro de 2013

Semelhanças ENTRE os Estados Unidos e Roma

Já antes da queda The World Trade Center, assisti a um documentário da National Geografich sobre as similaridades e semelhanças entre os Estados Unidos da América/União Europeia e o antigo império Romano.
O próprio redator da matéria (não lembro quem assinou pelo texto), prognosticou, que "após os E.U.A jamais haverá outra superpotência como ela", afirmou o redator da matéria.

Semelhanças pertinentes para salientar rapidamente:
Roma construiu o seu império pavimentando estradas, as vias romanas;
Os Estados Unidos utilizam a via rápida da internet para difundir a sua cultura, adiais e valores como nação imperialista
Quem viaje pela Europa ou pelos Estados Unidos deixará de reparar na similaridade arquitónica dos vários aeroportos e estações de serviço. Quem se quiser dessedentar, verificará que as garrafas de Coca-Cola são praticamente iguais em toda a parte. Consequência evidente das ténicas de produção em massa, a uniformidade de certos aspectos do nosso  ambiente físico há muito que indigna os intelectuais. Uns, verberam a “hiltonização” dos nossos hotéis; outros, acusam-nos de homogeneizar toda a espécie humana.

Outras possíveis e 'supostas semelhanças & similaridades' entre Roma e E.U.A:

1. Expansão territorial.
O colonialismo de Roma tornou-se colossal.
Para construir um império, Roma dominou o Mediterrâneo.
Os vastos territórios conquistados representavam vantagens estratégicas, militares e económicas.
As legiões do império chegaram ao Egito, à Grécia, à Espanha, à Britânia, à Gália, à Síria, à Mauritânia e aos confins do mundo.
Júlio César gabava-se de ter matado um milhão de gauleses.
Paul Kennedy autor de The Rise and Fall of the Great Powers (Ascensão e Queda das Grandes Potências), diz que os pioneiros americanos também tinham um espírito conquistador.
Eles chegaram da Inglaterra à Virgínia e avançaram para o Oeste. Combateram os Cherokee, os Iroquois e os Sioux, entre outros. Apesar de muitos pioneiros estarem fugindo das restrições do imperialismo britânico, o novo pais adotou um programa de expansão imperialista. Mais tarde, após tomar um grande território do México, incluindo o Texas, os americanos abandonaram a conquista territorial. Mas as intervenções em outros países continuaram.
Hoje, as bases militares americanas estão em cerca de 40 países do mundo. De algum modo, essas bases exercem o papel das colónias do passado. Segundo o Pentágono, há uma presença militar americana, grande ou pequena, em 132 dos 190 membros das Nações Unidas.

2. Mitologia do destino.
Roma tinha toda uma mitologia a respeito do seu passado e do seu futuro.
Sempre cultuando uma história de glórias e heróis, promovendo o patriotismo e a grandeza, os romanos viam-se como um povo especial.
Eram, por determinação dos deuses, os guardiões da civilização mundial.
Não eram fruto do acaso, mas do destino.
Augusto se declarou o filho de um deus e ergueu uma estátua para seu pai adotivo, Júlio Cesar, num pódio junto com Marte e Vénus.
Os americanos também têm a mania de criar mitologias sobre o passado e seu futuro.
Talvez inconscientemente, criaram uma galeria especial de heróis nacionais. Os pais fundadores da nação, como Washington e Jefferson, e os grandes presidentes, como Abraham Lincoln, são reverenciados como verdadeiros mitos. Para muitos americanos, os Estados Unidos receberam uma missão divina de proteger a civilização e governar o mundo.
A ideia de que o paÍs é abençoado por Deus está enraizada na psique americana.
O dólar estampa a mensagem "ln God We Trust" (nós confiamos em Deus), e muitos discursos políticos terminam com a frase: "God bless America!" (Deus abençoe os Estados Unidos).
A política americana é influenciada por ideias religiosas e proféticas. Israel, por exemplo, é apoiado, entre outros motivos, porque muitos líderes evangélicos americanos influentes acreditam no dispensacionalismo, um sistema que interpreta as profecias bíblicas por um prisma futurista e literalista radical, colocando a Terra Santa como o epicentro dos eventos que precederão o retomo do Messias.

3. Força militar.
Roma tinha a máquina da guerra mais poderosa da época, algo que e mundo nunca tinha visto.
Seus soldados possuíam os melhores equipamentos e eram os mais bem treinados. Nenhuma outra potência chegava perto. Se a Grécia de Alexandre Magno dominou a Média-Pérsia de Ciro, que havia conquistado a Babilónia de Nabucodonosor, a Roma de Júlio César simplesmente subjugou a Grécia.
Os Estados Unidos também conseguiram uma superioridade militar incontestável no mundo. O presidente americano controla o maior arsenal bélico do planeta, com cerca de mil mísseis nucleares (sendo 500 intercontinentais), 1.600 caças e 1,4 milhão de militares na ativa.
Antes dos atentados terroristas, o governo Bush propôs um orçamento da defesa para 2003 de US$ 396 bilhões, um aumento de US$ 48 bilhões em relação a 2002. Isso é mais do que o orçamento de dezenas de países somados. O exército americano pode mostrar sua força em quase qualquer parte do planeta num curto espaço de tempo.

4. Poder económico.
Para manter suas legiões e os luxos da corte, Roma precisava de uma montanha de dinheiro.
Assim, o império planejou meios de conseguir fundos, especialmente através de impostos e taxas. A riqueza de Roma, em seus melhores momentos, tornou-se gigantesca.
Os Estados Unidos também conseguiram um destaque inigualável na arena econômica. Seu PIB (total de riquezas produzidas), de mais de US$ 10 trilhões (cinco vezes o da América Latina e o equivalente à soma dos PIBs de Japão, Alemanha, Inglaterra e França), representa 32% do PIB mundial. O país produz 30% das patentes mundiais, 25% dos automóveis e 50% dos lançamentos de satélites; e consome 33% da produção do planeta, um terço das importações e 25% da energia gerada no mundo.

5. Desenvolvimento tecnológico.
Com o seu pragmatismo, Roma valorizava as inovações da engenharia.
Para manter suas conquistas, um império precisa de tecnologia de ponta. Entre as conquistas mais conhecidas de Roma no campo da engenharia, figuram com destaque as estradas. Na época de Diocleciano (284-305), Roma tinha construído 85 mil quilómetros de estradas. Projetadas para o trânsito rápido do exército, as estradas tiveram um impacto positivo na economia do império. Facilitaram o transporte, o comércio e a comunicação. O sistema postal imperial dependia das estradas para levar notícias e correspondência. Usando diferentes cavalos, um mensageiro podia viajar até 160 quilómetros num dia, se houvesse urgência. As vias principais possuíam estábulos e alojamentos a espaços regulares e constavam nos mapas e guias. As estradas eram símbolos de poder e soberania, mostrando quem controlava o território.
Os Estados Unidos, igualmente, lideram as façanhas científicas e tecnológicas do planeta, detendo um predomínio absoluto no número de patentes mundiais e na conquista de prémios Nobel. A "superestrada" da informação, a Internet, também idealizada originalmente como ferramenta militar, já figura no centro do comércio americano. As conquistas científicas e tecnológicas americanas também servem de símbolos ideológicos e políticos. São importantes porque afetam a maneira como as pessoas percebem as relações de poder no mundo.

6. Influência cultural.
Todo império, além de conquistar, precisa manter o que conquistou. Isso se consegue pela força ou pela arte de fazer os conquistados quererem o que o conquistador quer. Roma às vezes mantinha suas legiões nas regiões conquistadas, mas também sabia seduzir os povos com a sua ideologia, a sua cultura e os seus luxos. Roma assimilava a cultura dos povos dominados, reciclava-a, mesclava-a com os seus valores e a vendia de volta. Tácito observou na Britânia que os nativos pareciam gostar de togas, banhos aquecimento central, nunca percebendo que esses eram os símbolos de sua "escravização". Os historiadores calculam que, por volta do ano 170 d.C., a população do império chegava a 65 milhões. Havia uma mistura de nacionalidades, sendo os cidadãos romanos os mais valorizados. Ainda hoje admirado, o direito romano regulava a vida do império.
De modo parecido, os Estados Unidos exercem uma influência cultural avassaladora. O imperialismo cultural americano ocorre através de Hollywood, da Disney dos jogos, da média da música e de produtos como McDonald e Coca-Cola. O politeísmo de ontem virou o multiculturalismo de hoje. O inglês de hoje, falado por mais de um quinto da população do planeta, é o latim de ontem. O dólar, como as moedas romanas, é a moeda mundial. A população americana também é uma mistura de etnias, sendo os cidadãos americanos os mais privilegiados.
Não por acaso, o governo dos Estados Unidos pressionou o Tribunal Penal Internacional, que começou a funcionar em julho na Europa, para conceder imunidade aos cidadãos americanos. A sociedade americana também valoriza um elaborado sistema jurídico, o que pode ser comprovado pela fixação de Hollywood em filmes envolvendo tribunais e advogados.

7. Hostilidade no Oriente Médio.
O Império Romano teve sérios problemas com a Palestina, especialmente com os "zelotes", grupo extremista judeu. Espécie de precursores dos extremistas islâmicos de hoje, os zelotes rejeitavam qualquer afinidade com a Pax Romana. Para eles, o sincretismo religioso promovido por Roma era abominável. Na vanguarda da resistência judaica, mas sem ostentar uma unidade político-militar, os zelotes incluíam facções ultra-radicais e cruéis, como a dos sicários. Eles banharam o solo da Palestina com o sangue de quase meio milhão de vidas, incluindo romanos e judeus colaboradores de Roma. Inspirados no movimento de Judas Macabeu, que, dois séculos antes, libertara os judeus do domínio sírio de Antíoco Epifânio, os zelotes lideraram uma revolta contra Roma, que terminou com a destruição e a profanação de Jerusalém pelas legiões romanas, no ano 70 d.C. Refugiados na fortaleza de Masada, num platô às margens do Mar Morto, os quase 900 zelotes/sicários remanescentes, liderados por Eliezer Ben Yair, desafiaram o cerco romano, até decidirem pelo suicídio coletivo, no ano 73, para não caírem nas mãos de Roma.
De modo semelhante, o Oriente Médio representa um problema hoje para a Pax Americana. Há mesmo quem acredite que a política externa dos Estados Unidos só irá funcionar quando for resolvida a crise do Oriente Médio. A crise atual envolvendo o Iraque é apenas mais um capítulo na tumultuada relação do país com a região. O interessante é que, assim como ex-protegidos de Roma se voltavam contra o império, ou por ódio ideológico ou por quererem suas regalias, também ex-protegidos de Washington (como Saddam Hussein) se têm rebelado contra o império americano. Pretexto para serem derrubados!

8. Decadência interna.
Antes de sua queda, Roma sofreu um processo de declínio moral. Durante séculos, seu alvo era helenizar ou romanizar as outras populações, ou seja, transmitir a cultura e os ideais da civilização greco-romana para o mundo. Mas, com o tempo, voltou-se para o luxo, a artificialidade, o misticismo, a superstição e a militarização. O grande historiador de Roma Michael Rostovtzeff (1870-1952) observou que, com a implantação da cultura de massa no Império Romano, houve uma simplificação dos conceitos e dos processos da vida política, social, económica e intelectual. Roma sofreu uma "barbarização" interna.
Hoje, vem-se falando também da decadência interna americana. Morris Berman, autor de The Twilight of American Culture (O Crepúsculo da Cultura Americana), compara a situação atual dos Estados Unidos à de Roma no seu período de declínio. Pintando um quadro do "barbarismo interno" americano, Berman cita, entre outras coisas, um abismo crescente entre ricos e pobres, gastos astronómicos com segurança, queda no nível cultural e "morte espiritual" (apatia, cinismo, corrupção, perda do espírito público).
Um indício de que os Estados Unidos são movidos hoje mais por interesses políticos, econômicos e militares do que por ideais culturais e espirituais, diz Berman, é o fato de os terroristas terem escolhido como alvos de seus ataques símbolos como o World Trade Center e o Pentágono. Seria notável, até bizarro, ele observa, se os terroristas tivessem alvejado o Memorial Jefferson ou a Universidade de Colúmbia.

9. Ameaça externa.
Os bárbaros representaram o desafio final para o Império Romano. O termo "bárbaro" tem origem grega. Segundo uma versão anedótica, os gregos deram esse nome aos antigos povos da Europa (como vândalos, alamanos, suevos, anglos e saxões, entre outros) porque eles não falavam grego e a sua fala soava como "bar-bar-bar", ou seja, um blá-blá-blá ininteligível. O nome veio a significar "estrangeiro, nômade", "iletrado", "incivilizado" e "violento". Embora poucos bárbaros pudessem ler e escrever, a história mostra que esse estereótipo negativo era injusto. Roma ignorou a civilização dos bárbaros, desafiou-a e pagou caro. Durante quatro séculos, os bárbaros pressionaram as fronteiras do Império Romano. Em 378, os godos conseguiram uma vitória decisiva, em Adrianópolis. Essa batalha expôs a fragilidade do império e encorajou novos ataques. Roma não era invencível.
Finalmente, em 476, os bárbaros depuseram o último imperador romano e colocaram o líder germânico Odoacro no trono, tornando-o rei do Império Ocidental. Os Estados Unidos têm os seus próprios bárbaros. O império americano ignora a cultura e o mundo dos "bárbaros" modernos. Para os americanos, o terrorismo islâmico é completamente irracional.
Em sua mentalidade, a única civilização que conta é a ocidental, representada pelos Estados Unidos. Os valores corretos são os valores americanos; o estilo de vida americano é o único jeito "razoável" de viver. Talvez os americanos nunca tenham levado a sério a ameaça e o poder dos novos bárbaros, até 11 de setembro de 2001. A queda do World Trade Center expôs a vulnerabilidade do império. Isso mostra que, do ponto de vista estratégico imediato, Bush não esta errado em querer atirar primeiro. A questão é se essa é uma opção aceitável para uma democracia.
A partir daqui, é a opinião de um teólogo adventista, Dr. José Carlos Ramos, observem a semelhança com as teologias da Watchtower...

10. Papel profético.
Roma entrou na profecia bíblica através da figura de um "animal terrível e espantoso" (para saber mais, acompanhe as colunas do Dr. José Carlos Ramos na Sinais). O profeta Daniel (2, 7, 8) indica que o Império Romano teria uma fase política, seguida por uma fase mais religiosa, até ser fragmentado e prosseguir como uma mistura de força (ferro) e fragilidade (barro). Em seus piores momentos, seria um império brutal e perseguidor. Sob esse império pragmático, Jesus seria crucificado e milhares de cristãos perseguidos. Mais tarde, por interesse político, o império iria adquirir características religiosas cristas e assumir papéis ou prerrogativas de Deus. Se normalmente Roma era tolerante em matéria de religião, assimilando os deuses locais e usando a religião como um meio de integrar os conquistados à sociedade romana, ela se tomava intolerante e opressiva sempre que alguma expressão religiosa era percebida como uma ameaça à segurança do império.
Os Estados Unidos também parecem estar retratados na profecia bíblica. Em Apocalipse 13, João fala de um poder político-religioso ditatorial que imitaria a "besta ou monstro" do Império Romano. Na verdade, João primeiro descreve o próprio Império Romano em sua fase dominada pela política papal; depois, começa a descrever o poder que imitaria e tentaria reviver o Império Romano.
Na perspectiva de João, são duas "bestas" e uma mesma agenda. A ideologia, os métodos e os alvos são semelhantes. Exercendo um poder global, ambas as bestas misturam política com religião, impõem um tipo de adoração e perseguem o povo de Deus. A Roma moderna pareceria cordeiro, mas falaria e agiria como dragão. Seu objetivo, numa fase dominada pela religião, é dar uma nova vida para a antiga Roma, que foi O poder em uma era de comunicação global, compara Nye, é distribuído entre os países em um padrão que lembra um complexo jogo de xadrez tridimensional. No topo do tabuleiro, o poder militar é amplamente unipolar (só dá os Estados Unidos). No meio do tabuleiro, o poder económico é multipolar (além dos Estados Unidos, há, por exemplo, a Europa, o Japão e a emergente China). Na base do tabuleiro, o poder na esfera das relações transnacionais que fogem ao controle do governo é amplamente disperso (não há como manter a hegemonia).
Isso significa que os Estados Unidos podem ser tentados a exercer seu poder hegemónico para reforçar as áreas onde não têm tanto poder. Hoje, a revolução na informação permite a criação rápida de comunidades virtuais que cruzam as barreiras nacionais. "O problema para os americanos no século 21", observa Nye, e que cada vez mais as coisas fogem ao controle mesmo do mais poderoso Estado." Agir unilateralmente, na tentativa de querer controlar as ameaças reais ou imaginárias, pode enfraquecer a nova Roma.
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José Carlos Costa

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