Não considero qualquer noticia como um “rumor do fim”, esta que surge em todos os meios de comunicação é pertinente: Hamas reivindica acção que matou dois homens e duas mulheres, uma delas grávida, residentes num colonato a sul de Hebron.
Pouco depois da partida do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para Washington, quatro israelitas foram mortos num ataque numa auto-estrada usada por palestinianos e colonos perto de Hebron, na Cisjordânia.
O ataque ocorreu em vésperas das conversações de paz israelo-palestinianas, uma iniciativa norte-americana de alto nível que se segue à interrupção de negociações durante 20 meses. As vítimas, que moravam num colonato judaico a sul de Hebron, eram dois homens e duas mulheres, uma delas grávida.
Para qualquer observador, o mais preocupante paralelismo entre o século XXI e o século XVII não são os superficiais como os actos violentos e o conflito, mas residem antes no estado subjacente das próprias religiões – especialmente o islão. As velhas guerras de religião tinham por base duas coisas: a disputa de almas e uma crise interna e cismática de confiança dentro de uma das maiores religiões mundiais causa pela cisão entre católicos e protestantes.
O cenário que se vive em especial no Médio Oriente não se trata de conquistar almas, mas sim de um conflito atávico, algo que está no coração, um ódio de extermínio. Quem o pode parar?
No Médio Oriente, tudo caminha para uma explosão de proporções inimagináveis. Grande número de jovens tem poucas estruturas tradicionais para os controlar. Em muitos locais, os governos são incapazes de proporcionar segurança e assistência social, deixando as suas populações instáveis e desenraizadas prontas a serem recrutadas por activistas religiosos. Um anel de instabilidade circunda a fronteira entre a Palestina e Israel. De um lado vive-se numa aparente tolerância, do outro vive-se nutrindo uma raiva incontida.
De um lado tem-se o apoio do Irão, da Arábia Saudita, Paquistão e mais de uns quantos países. Do outro lado da barricada o apoio vem especialmente dos Estados Unidos. Há não muitos anos Dick Cheney disse que “Deus não achou por bem pôr petróleo e gás apenas em países onde os regimes democraticamente eleitos são amigos dos Estados Unidos”. Podia ter acrescentado que Deus achou por bem pôr as reservas de petróleo e gás em regiões onde as paixões religiosas ardem mais intensamente. É isto que faz com que algum equilíbrio se mantenha.
Até quando Israel se manterá “adormecido”? E se decidir reconstruir o Templo no lugar onde se encontram duas Mesquitas árabes? Podem crer isso mais tarde ou mais cedo vai acontecer, que sucederá então?
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