25 de junho de 2010

O SEGREDO DE FÁTIMA, OS ABUSOS SEXUAIS A MENORES POR PADRES.

Transcrevo a resposta que o Papa deu aos jornalistas no voo que o levava de Roma a Lisboa (no site Web do Giornale a transcrição integral da entrevista).

Pergunta dos jornalistas: Que significado têm hoje para nós as Aparições de Fátima? A mensagem pode ser estendida, além do atentado a João Paulo II, também a outros sofrimentos dos Papas. É possível enquadrar naquela visão também os sofrimentos da Igreja de hoje, com os pecados dos abusos sexuais de menores?

Resposta de Bento XVI: “Antes de tudo, eu quereria exprimir minha alegria de ir a Fátima, de rezar diante de Nossa Senhora de Fátima, que para mim é um sinal da presença da fé, pois que justamente dos pequenos nasce uma nova força da fé, que não se reduz aos pequenos, mas que tem uma mensagem para todo o mundo, em toda a história, em todo o seu presente e ilumina essa história. No ano 2000, na minha apresentação eu havia dito que numa aparição há um impulso sobrenatural que não vem apenas da situação da pessoa, mas na realidade vem da Virgem Maria, do sobrenatural. Do impulso interno do sujeito que se exprime nas possibilidades do sujeito. O sujeito é determinado pelas suas condições históricas, pessoais, temperamentais, e portanto traduz o grande impulso sobrenatural, em suas possibilidades de dizer, de imaginar, de exprimir, mas nessas expressões formadas pelo sujeito se esconde um conteúdo que vai mais além, mais profundo. Somente no curso da história podemos ver toda a profundidade, que estava, digamos, ela estava vestida nessa visão possível às pessoas concretas. Além dessa grande visão do sofrimento do Papa, que substancialmente podemos referir a João Paulo II, estão indicadas realidades do futuro da igreja que, pouco a pouco, se desenvolvem, e se mostram. Isto é, é verdade que além do momento indicado na visão, fala-se, se vê a necessidade de uma paixão da igreja, que naturalmente se reflete na pessoa do Papa, mas o Papa está na igreja, e portanto são sofrimentos da igreja que se anunciam. O Senhor nos disse que a igreja será para sempre sofredora, de modos diversos até o fim do mundo. O importante é que a mensagem, a resposta de Fátima, substancialmente não seja levada a situações particulares, mas a resposta fundamental, isto é, conversão permanente, penitência, oração, e as virtudes cardeais, fé, esperança caridade. Assim, vemos que a verdadeira e fundamental resposta que a Igreja deve dar, e que nós, cada um individualmente, devemos dar nessa situação. Quanto às novidades que podemos hoje descobrir nessa mensagem é também que não só de fora vêm os ataques ao Papa e à Igreja, mas os sofrimentos da igreja vêm justamente do interior da igreja, do pecado que existe na igreja. Também isso nós o vemos sempre, mas hoje nós o vemos de modo realmente terrificante, que a maior perseguição à igreja não vem dos inimigos de fora, mas nasce do pecado na igreja. E que a igreja tem pois profunda necessidade de reaprender a penitência, aceitar a purificação, aprender o perdão, mas também a necessidade da justiça. O perdão não substitui a justiça. Devemos aprender exatamente esse essencial: a conversão, a oração, a penitência, as virtudes teologais e que, sejamos realistas, o mal ataca também desde o interior, mas que sempre também as forças do bem estão presentes, e que finalmente o Senhor é mais forte que o mal, e que Nossa Senhora é a garantia para nós. A bondade de Deus é sempre a última resposta da história”

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