20 de maio de 2009

QUE HORAS SÃO NO TEMPO PROFÉTICO

Mateus 24 é citado frequentemente para explicar os eventos actuais. Muitas pessoas sugerem que as notícias de hoje foram preditas por Cristo, para nos falar da sua volta. De acordo com tais interpretações deste texto, cada terramoto ou outro desastre natural, e cada conflito entre nações ou ameaça de guerra, em qualquer canto do mundo, é mais uma prova de que Jesus estará voltando logo.
Estará a profecia de Mateus 24 a cumprir-se nos nossos dias? Para entender este texto, precisamos lê-lo cuidadosamente e, com mente aberta, pondo de lado as nossas ideias preconcebidas e o sensacionalismo dos modernos "especialistas em profecias." Neste artigo vamos reter os pontos fundamentais das palavras de Jesus em Mateus 24 e 25.
O Ambiente e as Circunstâncias
Jesus estava em Jerusalém, era a última semana do seu ministério terrestre. Os chefes judeus já O tinham posto em causa a Sua autoridade como Filho de Deus, mas sem sucesso. Frustrados, começaram a planear a sua morte. Jesus lamentava a infidelidade daqueles que residiam na "Cidade Santa" (Mateus 23:37-39).
A Profecia Relativa à Destruição do Templo (Mateus 24:1-3)
Quando Cristo saia do templo, predisse que ele seria totalmente destruído: "Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada" (24:2). Os apóstolos perguntaram sobre esta profecia:" Diz-nos quando acontecerão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século" (24:3).
A Resposta de Jesus (Mateus 24:4-39)
É possível que os apóstolos tenham concluído que a destruição do templo e o fim do mundo aconteceriam ao mesmo tempo, mas à pergunta dos discípulos, Jesus fez uma distinção entre estes dois (“aqui não ficará pedra sobre pedra” refere-se ao templo, a primeira parte da profecia, a segunda parte “consumação dos séculos ou dos tempos”). Podemos saber com certeza que os sinais mencionados nos versículos 4-33 não se referem às noticias do que se passa hoje, Jesus é claro no versículo 34: "Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça." Jesus referia-se à destruição do templo de Jerusalém, o que veio a acontecer no ano 70 d.C., pelo exército romano comandado pelo General Tito. Alguns daqueles que ouviram a profecia viveram para ver o seu cumprimento. Jesus esclareceu que os sinais que ele deu guerras, terramotos, falsos cristos, grande tribulação, etc. iriam acontecer durante a vida de alguns dos seus ouvintes.
Jesus disse que o templo seria destruído depois da vinda de falsos Cristos e de falsos profetas (24:4-5,11,23-26), e depois de terríveis calamidades (guerras, fomes e terramotos - 24:6-8). Ele também disse que haveria perseguição (24:9-10) e aumento de pecado (24:12-13), e que o evangelho seria pregado por todo o mundo (24:14), antes que Jerusalém chegasse ao seu fim. Deste modo, Jesus estava a dar algum conforto aos seus apóstolos, dizendo que a queda de Jerusalém não aconteceria imediatamente. Eles teriam tempo para cumprir a sua missão antes da destruição de Jerusalém.
Estas coisas aconteceram antes de 70 d.C. Sabemos que sim, porque Jesus disse que aconteceriam! Além desta profecia, a História fala-nos de catástrofes naturais, perseguições e guerras, nesse tempo. De maior importância do que a evidência histórica, podemos nos voltar para a própria Bíblia. O Novo Testamento fala do sofrimento da fome (Actos 11:27-30), de falsos profetas (2 Pedro 2) e da perseguição contra os fiéis (Actos 8:1-3; etc.). E, exactamente como Jesus predisse, os zelosos discípulos levaram o evangelho a todo o mundo. Alguns anos antes da destruição do templo, Paulo dizia que o evangelho ". . . foi pregado a toda criatura debaixo do céu" (Colossenses 1:23). Todas estas coisas tinham que acontecer antes da destruição do templo.
Na profecia de Mateus 24, Jesus também falou dos sinais que mostrariam aos discípulos alertas que o tempo da queda de Jerusalém tinha chegado. Ele falou especialmente do "abominável da desolação" (24:15). Aqui, ele usa a mesma linguagem que Daniel usava para falar dos exércitos gentios ao entrarem na cidade santa e no templo (veja Daniel 9:27; 11:31; 12:11).
A profecia paralela de Lucas 21:20-24 torna claro que este é o significado desta linguagem. Jesus advertiu os seus seguidores que estivessem prontos para fugir quando isto acontecesse. Ele disse que eles deveriam orar para que sua fuga não fosse complicada por mau tempo ou restrições do dia do sábado (24:20)
Ele também avisou que seria mais difícil para as mulheres grávidas e mães de crianças pequenas (24:19).
Para fixar sobre os seus ouvintes o significado deste terrível dia de destruição, Jesus usou linguagem como a que encontramos nas profecias do Velho Testamento, de total destruição de nações e povos. Quando lemos os versículos 29-31, dois pontos nos ajudam a perceber que Jesus ainda está a falar de Jerusalém, e não do fim do mundo:
Parábolas do Julgamento Final (Mateus 24:40 - 25:30)
Depois de falar de coisas que tinham que acontecer naquela geração (até os versículos 34-35), Jesus falou de sua segunda vinda, como algo que aconteceria no momento escolhido pelo Pai, porém não revelado a ninguém (24:36-39). Ele realça este ponto com uma série de parábolas que descrevem a sua segunda vinda. Estas parábolas todas enfatizam a importância de se estar preparado para a sua volta. Jesus falou dos trabalhadores no campo (24:40-42), do ladrão na noite (24:43-44), da diferença entre os servos bons e os maus (25:45-51), do contraste entre os tolos e os prudentes (25:1-13) e da importância de preparar-se para a volta do Mestre, como é explicado na parábola dos talentos (25:14-30).
Descrição do Julgamento Final (Mateus 25:31-46)
A parte final do capítulo 25 descreve o julgamento final, mostrando que Jesus se sentará no trono do julgamento, separando os servos desobedientes dos fiéis. Essa separação será final: "E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna" (Mateus 25:46).
Aplicação
Entre as muitas lições que podemos aprender, no estudo deste texto, é importante que lembremos duas:
1. O cuidadoso estudo dos textos bíblicos no seu contexto ajudam-nos a estar preparados, mas a não ser sensacionalistas.
2. Necessitamos estar sempre preparados para a volta de Cristo. Ele envia sinais, anunciando a sua volta. Esses sinais são muito importantes, mas Ele virá quando menos se espere. Assim, o melhor é viver um relacionamento íntimo e não um relacionamento de curiosidade.

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