19 de fevereiro de 2015

CONGELEI A VONTADE D SER MÃE

Manuela, devias ser mãe." A directora financeira, de 42 anos, não faz segredo do assunto e, sempre que os colegas da empresa se metem com ela, brinca: "Não há pressa, tenho as minhas meninas congeladas." Há três anos, tomou uma decisão: pôs a carreira profissional em primeiro lugar. Tinha uma relação de quatro anos, partilhava casa e era previsível que o próximo passo fosse constituir família. Mas, nessa altura, mudou de emprego e entrou num novo projecto. Não achava que fosse o momento certo para ser mãe.
Os seus pais tiveram filhos muito cedo, os irmãos também – tem uma sobrinha com 19 anos, os mais novos com 12 –, mas Manuela sempre foi mais ambiciosa. "Tinha como meta sentir-me realizada profissionalmente, tirei Gestão e o cargo onde estou hoje sempre foi uma aspiração", diz à SÁBADO. Mas a maternidade também fazia parte do seu projecto de vida. Descobriria aos 38 anos que, apesar do relógio biológico, não precisava de abdicar do sonho. Podia congelar os seus óvulos.
No fim do ano passado, a Apple e o Facebook anunciaram que pagariam a congelação de óvulos às funcionárias que quisessem adiar a maternidade e investir na carreira. O objectivo era atrair mulheres para empresas cuja maioria dos trabalhadores ainda é do sexo masculino. Contudo, a medida gerou polémica: estariam só a oferecer uma oportunidade – a mulheres como Manuela – ou a anunciar uma imposição?
A directora financeira assume que uma ajuda deste género teria sido óptima, apesar de admitir que a medida possa ser perversa. No meio onde trabalha, e sobretudo em lugares de topo (como aquele em que está agora), existe alguma pressão sobre as mulheres. "Numa das primeiras empresas onde estive, logo no início da minha carreira, perguntaram-me se estava a pensar ter filhos. Quando eu disse que sim, responderam-me logo: ‘Espero que não seja nos próximos anos’", recorda.
© Fornecido por Sábado
Na empresa onde está há já seis anos não sente esse constrangimento. Decidiu congelar os óvulos por causa de uma amiga, dois anos mais nova, que teve de fazer tratamentos de fertilidade por não conseguir engravidar. "Serviu-me quase de alerta, pensei que podia já não ter óvulos viáveis e decidi precaver-me." Tem sete óvulos preservados, ou seja, sete hipóteses de poder vir a ser mãe e, embora esteja solteira, acredita que até aos 49 anos pode vir a utilizá-los.
Óvulos frescos ou congelados?
Há mais de 30 anos que é possível congelar esperma, mas a criopreservação de óvulos é relativamente recente. Isto porque, enquanto o espermatozóide é a célula mais pequena do corpo humano, o óvulo é a maior, e quanto maior a célula, mais difícil é congelá-la. "A congelação consiste, de uma forma muito simples, em remover toda a água do interior das células e substitui-la por um líquido crioprotector", explica à SÁBADO o embriologista clínico Vladimiro Silva. Só há cerca de 11 anos, no Japão, foi desenvolvida uma técnica pioneira que permitia congelar óvulos com uma taxa de sobrevivência de perto de 90%.
Contudo, seria preciso esperar até 2013 para que esta técnica deixasse de ser considerada experimental. Só então é que a Sociedade Americana de Medicina de Reprodução, a referência em termos mundiais nesta área, a legitimou oficialmente: "Existem evidências científicas de que as taxas de fertilização em gravidez com óvulos frescos são semelhantes às que se obtêm com óvulos vitrificados", pode ler-se na directiva emitida a 1 de Janeiro de 2013.
Ana (nome fictício), 39 anos, começou há uns dias a fazer a estimulação hormonal necessária para poder congelar os seus óvulos. O tratamento dura cerca de 10 a 15 dias e consiste em injecções diárias aplicadas na barriga. "Os ovários de uma mulher, por norma, só produzem um óvulo em cada mês. Esta é a única maneira de ter, no mesmo ciclo menstrual, 10 a 14 óvulos, porque a ideia é ter uma quantidade de material que constitua uma possibilidade palpável de gravidez no futuro", explica Sérgio Soares, director do Instituto Valenciano de Infertilidade (IVI). 
© Fornecido por Sábado
Ana espera que nos próximos cinco anos, até aos seus 45, apareça alguém com quem possa partilhar o projecto de ser mãe. Nunca foi casada mas teve uma relação de oito anos. "Quando começámos tinha 23 anos, depois a carreira foi-se sobrepondo ao resto, houve uma altura em que trabalhávamos bastante os dois, até aos fins-de-semana, e acabei por ir adiando a maternidade", conta à SÁBADO. A proximidade dos 40 e o facto de todas as suas amigas estarem a ter filhos despertaram novamente o seu instinto maternal.
Uma espécie pouco fértil
Quando procurou aconselhar-se com a sua ginecologista, a professora do terceiro ciclo e do secundário estava decidida a avançar sozinha. "Hoje em dia, não é preciso dormir com um homem para ser mãe e não faz sentido fazê-lo levianamente se a ciência permite outras formas", diz. Teve que adiar o projecto: em Portugal, só podem fazer tratamentos de procriação medicamente assistida casais heterossexuais. E estes só podem recorrer à doação de óvulos ou de esperma se existir um diagnóstico de infertilidade. Ou seja, Ana nunca poderia ser mãe solteira, tem sempre que existir um pai.
Ao contrário do que se possa pensar, a espécie humana não é muito fértil. "Um homem e uma mulher saudáveis, no pico da fertilidade e que façam as coisas no momento certo pelo método natural, têm uma taxa de sucesso de gravidez de cerca de 25%, porque grande parte dos nossos óvulos e espermatozóides são inviáveis", diz Vladimiro Silva, director do laboratório do Centro de Estudos de Fertilidade Ferticentro.
Segundo os especialistas, o ovário é um órgão particularmente sensível à passagem do tempo o que significa que, quanto mais novos forem os óvulos, maior a probabilidade de fertilidade. A melhor idade para criopreservar estas células situa-se entre os 30 e os 35 anos, indica o ginecologista Sérgio Soares, do IVI. Segundo o especialista, a grande vantagem desta técnica é permitir às mulheres fazerem uma fecundação in vitro mais tarde, com os seus próprios óvulos porque, quando congeladas, estas células preservam a qualidade que tinham quando foram extraídas. Ou seja, não envelhecem.
Não existe, por isso, um prazo limite – o critério é que os óvulos da mulher ainda estejam a funcionar. "A receptividade uterina cai mais tarde do que a funcionalidade ovárica, ou seja, o útero só começa a perder a sua funcionalidade perto dos 50 anos", explica Sérgio Soares, que ressalva: "Claro que não é ideal adiar tanto um tratamento de fertilização porque há complicações associadas à idade, como a hipertensão." Mas já lhe aconteceu, por exemplo, congelar os óvulos de uma mulher de 41 anos. "Esta mulher teve uma resposta óptima, conseguimos uns 17 óvulos, o que é atípico para a idade. Quando se descongela, a taxa média de sobrevivência dos óvulos é de 85% a 90%, ou seja, em 10, sobrevivem 8,5 ou 9. Mas esta média também é afectada com a idade.
Sara (nome fictício) fez o procedimento na altura ideal: há três anos, quando tinha 31. Leu um artigo sobre o tema numa revista, investigou e achou que podia ser uma solução. Casada há 10 anos, trabalha como empregada de balcão numa loja; o marido é desenhador num ateliê de arquitectura. Vivem num T2, e até têm espaço para um bebé, mas ainda não é o momento: "Um filho é um projecto de vida dispendioso. Temos o quarto, mas depois há a alimentação, as fraldas, a creche…"
Segredos de família
Sara não partilhou com ninguém, além do marido, a decisão de congelar os seus óvulos. "É uma coisa nossa, muito pessoal, nem contámos às nossas famílias." Mas teve que lhes pedir ajuda para pagar o procedimento. A recolha e a criopreservação dos óvulos são comparticipadas pelo Sistema Nacional de Saúde apenas em situações em que a fertilidade está ameaçada pelo tratamento de uma doença, como o cancro.
Nas clínicas privadas, os únicos sítios que atendem mulheres por razões sociais ou pessoais, o procedimento pode custar, no total, até 3.000 euros. Legalmente, os óvulos são congelados por três anos e renovados sucessivamente por períodos idênticos. Ou seja, a este valor acresce um custo de manutenção de cerca de 500 euros pelos três anos seguintes, se a mulher quiser que os seus óvulos continuem congelados.
© Fornecido por Sábado
Sara conseguiu congelar 10 óvulos. "São os nossos ovinhos", costuma dizer. Além disso, também abriu uma conta-poupança (de propósito) para este projecto futuro, e todos os meses deposita lá dinheiro. A ideia é esperar mais dois ou três anos e então começar a tentar engravidar naturalmente – apesar de ter os óvulos congelados, por imposição legal, só poderá usá-los se lhe for diagnosticada infertilidade.
Já Elisa Coelho, 42 anos, arrepende-se de não ter tomado a mesma decisão mais cedo. "Se tivesse sabido antes, poderia ter conseguido 10 ou 15 óvulos, em vez de cinco", diz à SÁBADO. O histórico da família tranquilizava-a: só teve a primeira menstruação aos 14 anos, mais tarde do que o normal, e a mãe não se lembra de ter entrado na menopausa. "Só aos 57 anos, quando fez uma cirurgia, é que acabou por tirar o útero e os ovários", conta.
Elisa só decidiu investigar o que se passava consigo por indicação da ginecologista quando, há cerca de três anos, lhe falou do seu desejo de ter filhos. "Fiz uma série de análises ao sangue, exames e ecografias e foi então que percebi que já tinha uma reserva muito baixa de óvulos", diz.
Nunca tinha ouvido falar da criopreservação de ovócitos mas, quando a especialista lhe falou desta possibilidade, não hesitou: "É uma garantia que me dá alguma tranquilidade. Seria muito frustrante se daqui a uns anos quisesse engravidar e já não conseguisse", explica. A publicitária, que trabalha numa produtora, passou pelo procedimento duas vezes, porque à primeira tentativa (em Maio de 2012) só conseguiu congelar dois óvulos.
Fisicamente, para a mulher, a extracção é simples: o procedimento demora 10 minutos e é feito sob sedação. Umas horas depois, vai para casa. Emocionalmente, pode ser mais complicado. "Mexe connosco, com o nosso sonho, há um desgaste muito grande, por causa das expectativas – é algo que queremos que dê certo, mas que não controlámos de modo nenhum", diz.
No segundo tratamento, em Fevereiro de 2013, Elisa Coelho conseguiu três óvulos viáveis e decidiu parar por ali. Não tem um plano em concreto para o futuro, mas admite que não quer ser mãe aos 50 anos. "Acho que não terei coragem para aguentar as noitadas", confessa. Se nada mudar na sua vida, tem duas possibilidades: fazer a fertilização in vitro em Espanha – onde, ao contrário de Portugal, está acessível a mulheres solteiras –, ou, se achar que é tarde demais, doar os seus óvulos.

 
Nota:

Os tempos do fim

Daniel 12:
1 "Naquela ocasião Miguel, o grande príncipe que protege o seu povo, se levantará. Haverá um tempo de angústia como nunca houve desde o início das nações até então. Mas naquela ocasião o seu povo, todo aquele cujo nome está escrito no livro, será liberto.
2 Multidões que dormem no pó da terra acorda­rão: uns para a vida eterna, outros para a vergo­nha, para o desprezo eterno.
3 Aqueles que são sábios reluzirão como o fulgor do céu, e aqueles que conduzem muitos à justiça serão como as estrelas, para todo o sempre.
4 Mas você, Daniel, feche com um selo as palavras do livro até o tempo do fim. Muitos irão por todo lado em busca de maior conhecimento".
 
José Carlos Costa, pastor

16 de fevereiro de 2015

O ESTADO ISLÂMICO DIFUNDIU A DECAPITAÇÃO DE 21 REHENES EGIPCIOS NA LÍBIA.



En gravcónpublicada en foros yihadistas, se ve a un grupo de terroristas llevar a los rehenes vestidos de naranja a una playa, donde son forzados a ponerse de rodillas antes de ser ejecutados. IMÁGENES EXPLÍCITA





Los terroristas del Estado Islámico (ISIS, por sus siglas en inglés) difundieron hoy un video en el que muestran la decapitación de unos 21 hombres, a los que identifica 
como egipcios cristianos coptos (cristianos ortodoxos) capturados en Libia.
NOTA: para ver o vídeo ao fundo acesse/clique em fonte


En la grabación difundida por internet, se ve a al menos diez hombres, con vestimentas naranjas, arrodillados y con las manos esposadas en la espalda, decapitados por 

sus secuestradores, vestidos de negro. De acuerdo con los foros yihadistas, en total son 
21 rehenes.
El video, de cinco minutos de duración, se titula "Un mensaje firmado con sangre 
para la nación de la cruz" y está dirigido a "la gente de la cruz, seguidores de 
la hostil iglesia egipcia". De acuerdo con la agencia de noticias AFP, el lugar donde ocurren las ejecuciones es Tripoli, la capital libia.


En el último número de la revista internet del ISIS, Dabiq, el grupo terrorista anunciaba 

que había capturado a 21 rehenes egipcios, con fotos en las que se los ve en con un 
fondo similar al del video de este domingo.
Los hombres habían sido tomados como rehenes en enero pasado. Un vocero del Ministerio de Relaciones Exteriores de Egipto había confirmado que se habían 
producido los secuestros en dos incidentes separados en Libia.
A principios de febrero, el ISIS difundió un video en el que mostraba como era 
quemado vivo el piloto jordano Maaz al Kasasbeh, capturado luego de que su F-16
 se estrellara en Siria en diciembre.
El presidente egipcio, Abdel Fatah al Sisi, anunció hoy la convocación 
urgente del Consejo de Defensa tras la difusión del video. El Consejo Nacional 
de Defensa reúne, además del jefe de Estado, al primer ministro, los ministros de 
Defensa y de Interior y la plana mayor de las fuerzas armadas.
Las milicias islamistas en Libia acusaron recientemente a Egipto de enviar 
aviones para bombardear sus posiciones, lo que niegan las autoridades de
 El Cairo.
Nota pessoal: Foi preciso muito menos para que as tropas dos EUA  do resto do mundo entrassem; Irque, Afeganistão....em tantos outros países.
Qual será a razão de esta carnificina continuar?
Em termos políticos não sei. Sei no entanto, que o mundo se prepara conjuntamente com a autoridade papal, para colocar cobro a esta situação e erradicar o comunismo à semelhança do comunismo.
Sendo assim, estamos aqui diante do cumprimento de uma das profecias mais importantes da Bíblia: a última.
Mateus 24:14 "E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim."

Apelo: Sendo este assunto tão óbvio, que nos detém? Porque nos mantemos no espaço fúnebre se a vida está para raiar e se aproxima o momento de falarmos aos nossos familiares, amigos e vizinhos.
Se este é o tempo de nos prepararmos para que nos países onde vivemos agora em paz, certo também com dificuldades económicas ou abundância; nos lamentemos ou arrecademos mais e mais se tudo não passa de "vil metal"? O Apóstolo Paulo "considerava tudo como esterco" até o próprio corpo estava pronto a oferecer como imolação? O que veio acontecer mas pela honra de pregar o EVANGELHO!
Que tempo é este que nos tolhe os movimentos? Que tempo é este que pensamos mais nas estruturas que na capacitação de homens e mulheres, jovens e crianças para serem atalaias? Foram sempre os jovens os primeiros a darem o grito de "avançar" onde está esse pendor e orgulho pelas coisas santa?
Talvez a resposta: "Muitos são chamados, mas são poucos os escolhidos..." ou seja, são poucos os que atravessam o "ribeiro e levam a água à boca sem parar..."

Estou velho, mas estou decidido. Com ajuda de Deus eu quero juntar-me ao lado da bandeira ensanguentada, mas triunfante do Príncipe Emanuel.
E VOCÊ?
ESTOU INFLAMADO DE ENTUSIASMO E NÃO GOSTO DE LUGARES FÚNEBRES|

José Carlos Costa, pastor

8 de fevereiro de 2015

Num ano foram detectados 43 casos de mutilação genital em Portugal

Aconteceram há muito. Dizem respeito a mulheres, sobretudo da Guiné-Bissau, da Guiné-Conacri e do Senegal, submetidas à excisão quando eram pequenas.
Por força dos fluxos migratórios, admite-se que a mutilação genital também possa ocorrer em Portugal FINBARR O’REILLY/REUTERS
Criminalizar até quem vai fazer mutilação ao estrangeiro
Há um ano, no Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Sexual Feminina, não havia registo algum na plataforma de dados da saúde. Agora, há 43. São casos antigos detectados na Grande Lisboa.
A excisão é uma prática enraizada em 28 países africanos. Por força dos fluxos migratórios, foi levada para o Médio Oriente, a Ásia, a América, a Austrália e a Europa, incluindo França, Itália, Holanda, Reino Unido e Portugal, onde é encarada como uma violação de direitos humanos baseada no género.
Portugal figura na lista por nele residirem pessoas oriundas de países com forte tradição de excisão genital, como a Guiné-Bissau, o Senegal, o Egipto, a Gâmbia, a Nigéria ou a Serra Leoa. Presume-se que se pratique, embora em grande secretismo, dentro do território nacional. E há notícia de crianças levadas ao país de origem durante as férias para aí serem sujeitas ao “corte”.

30 de janeiro de 2015

Católicos e evangélicos assinam documento pró domingo


Encontro de fiéis em Varsóvia
A assinatura, prevista para esta terça-feira, 20 de janeiro, da declaração conjunta sobre o caráter especificamente festivo e, portanto, de descanso, do domingo por parte dos representantes da Igreja Católica e outras sete igrejas (Ortodoxas e Evangélicas), que fazem parte do Conselho Ecuménico Polaco, será um dos momentos mais importantes da semana de orações pela unidade dos cristãos na Polaco. O documento é o resultado de longas conversas que se realizaram nos últimos meses. O secretário do Conselho Ecuménico  episcopado polaco, monsenhor Slawomir Pawlowski, revela que “a maneira de viver o dia do Senhor já é em si um testemunho de fé”. A declaração poderá ajudar os fiéis a encontrar as motivações para “viver a fé na oração, na comunidade eclesial da Palavra e dos Sacramentos”, explica o sacerdote, lembrando que “também o descanso pode se tornar a expressão de alegria que nasce da fé”.

As Igrejas que assinam a declaração esperam, na Polaco, um novo debate público em defesa do descanso semanal e das diferentes modalidades do tempo livre, na esperança que o documento possa ser visto como apelo à defesa do domingo dirigido aos empresários, aos trabalhadores e às autoridade competentes. (SP)


Nota: “O Filho do homem é Senhor do sábado” (Lucas 6:5). Portanto, qual é o dia do Senhor? Mais claro que isso impossível. Nunca é demais dizer que não existe sequer um versículo que justifique a mudança do sábado para o domingo. Os que guardam o domingo em lugar do sábado fazem isso unicamente com base na tradição e na pretensa autoridade da igreja romana de mudar a lei de Deus (Daniel 7:25). O único dia do Senhor é o sábado do sétimo dia, memorial da criação realizada em seis dias literais de 24 horas (Génesis1), quarto mandamento da santa lei imutável de Deus (Êxodo 20:8-11), dia observado por Jesus (Lucas 4:16) e pelos discípulos, mesmo após a morte e ressurreição dEle (Atos 16:13); dia que será celebrado na eternidade (Isaías 66:23). Por enquanto, a polarização tem sido vista entre criacionistas e evolucionista (teístas ou não). Mas a controvérsia vai se “afunilar”, a ponto de a maioria ecuménica defender o domingo como dia de repouso (os possíveis motivos apresento aqui) e a minoria verdadeiramente criacionista e bíblica defender o sábado (Apocalipse 14:6, 7). O que está acontecendo na Polaco e em outros lugares do mundo é apenas um “ensaio” para algo mais amplo, que será decretado pela maior nação do mundo (estude com atenção Apocalipse 13). Quando isso de fato acontecer, praticamente todo mundo aceitará o decreto com facilidade. Quem viver verá. [MB]

Assista a entrevista com o teólogo Alberto Timm, sobre o sábado bíblico.
Entrevista com o Dr. Alberto Timm sobre o sábado

29 de janeiro de 2015

Papa compara fundamentalistas cristãos com terroristas

Papa visita Mesquita Azul, na Turquia
No avião que o levou de volta à Itália depois de uma visita de três dias à Turquia, o papa conversou com jornalistas durante quase uma hora. “O Alcorão é um livro de paz.” A declaração do papa Francisco, durante a viagem de volta à Roma, repercutiu no mundo inteiro. “Não se pode dizer que todos os islâmicos são terroristas, assim como não se pode dizer que todos os cristãos são fundamentalistas”, completou o Papa. Para ele, é preciso que os líderes islâmicos - sejam eles políticos, religiosos ou aacadémicos- condenem claramente o terrorismo. Uma condenação mundial, segundo o pontífice, ajudaria a maioria dos muçulmanos a se livrar das reações negativas que enfrentam em vários lugares do planeta. Sobre o momento em que rezou na Mesquita Azul, disse que estava ali como um peregrino e que fez orações pela Turquia e pela paz. A viagem à Turquia foi um dos passos mais importantes que um líder da Igreja Católica romana deu na aproximação com os cristãos ortodoxos desde que eles se separaram no século XI. O papa também manifestou o desejo de se encontrar com o patriarca de Moscou. A Igreja Ortodoxa Russa é a que mantém as relações mais delicadas com o Vaticano.


O papa Francisco declarou ainda que não acredita que a Síria possua armas químicas e afirmou que gostaria de viajar para o Iraque, mas reconhece que neste momento criaria um problema de segurança para as autoridades iraquianas.


Nota 1: Finalmente, o papa associa/compara claramente os fundamentalistas cristãos aos terroristas islâmicos. De acordo com declarações anteriores de Francisco (veja aqui eaqui), fundamentalistas são os que leem os primeiros capítulos de Gênesis como relato histórico e que creem que Deus seja uma espécie de “mágico” (confira), por ter criado a vida neste planeta em seis dias literais de 24 horas. Logo, fundamentalistas cristãos são, de maneira especial, os adventistas criacionistas – muito embora esse povo não seja capaz de matar uma mosca. O objetivo do papa é unir os religiosos (cristãos, islâmicos, ortodoxos e outros) sob a bandeira da teologia liberal simpática, inclusiva e da paz, o que acabará por enviar para o gueto da discriminação todos aqueles que serão vistos como fanáticos, fundamentalistas, extremistas – violentos ou não. O cenário vai se tornando escuro para uma minoria que quer simplesmente se manter fiel à Palavra de Deus, sem reinterpretá-la a seu bel prazer. Estaria essa minoria preparada para os dias que virão? [MB]  
  
Nota 2: Quanto à declaração do papa de que o Alcorão seria um livro de paz, de fato, há textos que orientam os muçulmanos a que, se os adversários se inclinam para a trégua, eles devem buscar o fim das hostilidades: “Se eles se inclinam à paz, inclina-te tu também a ela” (Al-Anfal 8:61). Karen Armstrong, em seu livro Muhammad: uma biografia do profeta, escreveu: “O Alcorão ensina que a guerra é sempre abominável. Os muçulmanos nunca devem iniciar hostilidades, [...] mas, depois de terem tomado uma guerra, os muçulmanos lutam com o compromisso de levar a luta ao fim o mais rápido possível” (p. 209). Mas também há os textos que parecem promover um tipo de “guerra santa”, com um incentivo, no mínimo, pornográfico, com respeito ao “céu” que aguarda os fieis:

“E se deitarão sobre leitos incrustados com pedras preciosas, frente a frente, onde lhes servirão jovens de frescores imortais com taças e jarras cheias de vinho que não lhes provocará dores de cabeça nem intoxicação [nesta vida, os muçulmanos são proibidos de consumir bebidas alcoólicas], e frutas de sua predileção, e carne das aves que desejarem. E deles serão as huris [virgens] de olhos escuros, castas como pérolas bem guardadas, em recompensa por tudo quanto houverem feito. [...] Sabei que criamos as huris para eles, e as fizemos virgens, companheiras amorosas para os justos” (Alcorão, surata 56, versículos 12-40).

Além do Alcorão, existem também as hadiths, coletâneas de histórias sobre tudo o que supostamente disse ou fez o profeta Maomé durante sua vida, que circularam oralmente por mais de um século até serem escritas em sua forma atual. Uma delas diz: “A menor recompensa para aqueles que se encontram no paraíso é um átrio com 80 mil servos e 72 esposas, sobre o qual repousa um domo decorado com pérolas, aquamarinas e rubis, tão largo quanto a distância entre Al-Jabiyyah e Sana’a” (Livro de Sunan, v. IV).

Ainda segundo as hadith, Maomé teria dito: “Existe no paraíso um mercado onde não há compra ou venda, mas homens e mulheres. Quando um homem deseja uma mulher, ele vai até lá e tem relações sexuais com ela” (Al Hadis, v. 4, p. 172, n. 34).

Estaria aí o incentivo para as ações dos jovens terroristas, privados de praticamente todos os prazeres aqui na Terra?

Religião Provoca Violência?

Culpa da religião ou dos homens?
Nos últimos dez anos, 101 torcedores morreram em brigas de estádio no Brasil. O número é cinco vezes o de mortos em ataques de terroristas muçulmanos na França e o dobro das vítimas da Inglaterra no mesmo período. Podemos então dizer que desporto mata? Que o futebol provoca violência? Pois é exatamente o que fazemos quando culpamos a religião pelo terrorismo. A crueldade do ataque aos jornalistas do Charlie Hebdo faz muita gente ligar os pontos e afirmar que religião causa violência. Gente graúda pensa assim – como Richard Dawkins, na minha opinião um dos génios vivos da ciência [na opinião de Narloch, fique claro]. Também parece haver bons argumentos para essa ideia. As cruzadas, as carnificinas entre protestantes e católicos nos séculos 16 e 17, os conflitos entre hindus e muçulmanos na Índia: banhos de sangue em nome da fé são frequentes na história.

Mas isso é um mito. Religião não provoca violência, ou melhor: provoca tanta violência quanto qualquer identidade de grupo. O homem mata em nome da fé, mas também em nome de ideologias políticas, da nação, de etnias, da escolha sexual, do estilo de roupas e músicas (como as gangues de Nova York dos anos 80) ou em nome de times de futebol. O problema não é a religião, mas a tendência humana à hostilidade entre grupos [portanto, os que matam em nome da religião, pelo menos os “cristãos”, não estão verdadeiramente seguindo a religião que dizem seguir].

[Depois de um blá-blá-blá evolucionista em busca da origem da violência, Narloch conclui:] Basta uma olhadela na história mundial para perceber que boa parte dela se resume a hordas, gangues, tropas, tribos, times, bandos, exércitos – enfim, coaligazões de homens jovens cooperando entre si – lutando contra outras qualigações de homens jovens. A religião, nessa história, é mais um pretexto para justificar uma antiga tendência humana ao antagonismo entre grupos.

Não nego que algumas crenças incitem os fiéis à violência e sejam mais problemáticas que outras. Mas achar que guerras e atentados diminuiriam se as religiões acabassem é ser otimista demais com o homem. Como mostrou o século 20, não é preciso religião para haver massacres e genocídios.

(Leandro Narloch, Veja)

Nota: Faltou Narloch mencionar que os regimes comunistas ateus levaram à morte muito mais pessoas que a Inquisição, as Cruzadas e todos os atentados terroristas juntos. Seria certo dizer que o ateísmo provoca violência? [MB]